CEO da Facily expõe os aprendizados diante do crescimento exponencial da plataforma digital com foco nos desejos do consumidor
Um dos frutos positivos da transformação digital que acelerou negócios e mudou hábitos de consumo, o social commerce vem ganhando espaço na economia em duas vertentes mais expressivas. De um lado, o acesso dos clientes às atividades de consumo diretamente junto às mídias sociais. De outro, a compra coletiva realizada por aplicativo, vertical consolidada na economia brasileira pela startup Facily, inclusive permitindo que ela se posicione entre os pouco mais de uma dezena de unicórnios brasileiros. Funcionando como um hipermercado digital, a plataforma vende de hortifrúti a eletrônicos, podendo cobrar preço de atacado, ao reunir um grande número de compradores e eliminando os indesejáveis custos logísticos da última milha. Nesse cenários cheio de oportunidades e desafios, a empresa vem conquistando uma expansão acelerada, conforme detalhou, hoje (12), Diego Dzodan, cofundador e CEO da Facily, ao longo da 517ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Ao iniciar falando da proposta da Facily que levou a, em tão pouco tempo, se tornar um das poucas brasileiras com valor de mercado superior a R$ 1 bilhão, o executivo voltou no tempo lembrando de quando era líder do Facebook para América Latina, função que incluía viagens pelo mundo para conhecer outras plataformas em um processo de benchmark. Em uma dessas viagens, ele se deparou com uma experiência de social commerce extremamente bem-sucedida na China, a Pinduoduo. E, quanto mais se aprofundava no modus operandi da startup chinesa, mais se dava conta do quanto esse conceito se adequaria aos mercados da América Latina, em especial no Brasil.
“Um conceito baseado em como as comunidades podem cumprir algumas funções na construção de um processo em que se entrega ao cliente um serviço mais que satisfatório a um preço muito bom. E logo entendemos o potencial de crescimento astronômico dessa vertente inovadora e prática, nos obrigando a adaptar para realidade brasileira, bem diferente do que ocorre na China.”
O importante, para Diego, foi a percepção do quanto poderiam ajudar tanto os consumidores quanto os fornecedores na dinâmica do negócio, o que chamou também a atenção dos investidores. Criada em 2018, em três anos a Facily já era um dos Unicórnios no país. “Foi muito interessante o feedback que recebemos tanto do mercado investidor no Brasil quanto no exterior.” Entre uma conjunção de fatores que propiciaram o sucesso meteórico do negócio, o CEO coloca em relevo a proposta de valor diferenciada da startup, criada em 2018, graças a esse modelo de social commerce. “Em primeiro lugar, se deve a mirarmos a base da pirâmide dos consumidores, os de menor renda, que dificilmente têm acesso às compras on-line, mais caras em função dos custos de fretes e logísticas.” Em segundo lugar, ressaltou, vem a eliminação de intermediários, conectando os compradores diretamente aos fabricantes, favorecendo os preços mais acessíveis. Além disso, o processo favorece as compras coletivas, reduzindo ainda mais os preços das aquisições. E, em quarto, o outro pulo do gato é a criação de pontos de retirada das compras, dispensando assim a parte mais cara da logística, que é a chamada última milha.
Em resumo, salientou o executivo, é praticamente o melhor dos mundos, pois o consumidor tem acesso, em um ponto próximo à sua residência, a produtos dos quais necessita, adquiridos a preços basicamente de atacado. Nesse quadro, instigado a falar das dores de uma expansão que brotou de um negócio que nasceu do zero, sem parâmetros anteriores, Diego falou da inevitabilidade de aprender o caminho justamente caminhando. “Os acertos e erros são inevitavelmente iguais. No caso da Facily, mesmo priorizando os acertos, os volumes cresceram em tal magnitude e tão rápido que nos levou aos aprendizados em série.” Entre os principais, ele destacou a construção da logística e o desenvolvimento dos parceiros certos nessa área para a oferta de custos e de experiência de compra muito boa.
Depois de explicar como funciona a operação, da entrega pelos marketplace ou produtores onde são realizadas as compras, ao centro de distribuição da Facily – onde acontece a logística de rotas para a entrega final – tudo sincronizado e controlado via aplicativo, o CEO mostrou de que forma isso elimina custo do frete da última milha, sendo este a grande barreira para as compras on-line pelas classes mais humildes. Isso explicaria a adesão de uma base de 15 milhões de consumidores cadastrados no aplicativo em pouco tempo, em uma capilaridade que já alcança todas as principais cidades do estado de São Paulo e vai se espraiando também por várias regiões do país. “Houve um descompasso inicial diante do surpreendente nível e rapidez da adesão ao serviço, completamente imprevisível, mas fomos construindo essa logística em camadas, encontrando, ao longo do caminho, parceiros excelentes como pontos estratégicos decisivos na correção das rotas do negócio.”
Ao caracterizar o cliente como o juiz mais justo e exigente que existe, “pois ele sempre julga com precisão e sinceridade as facetas positivas e negativas das experiências”, Diego asseverou que esse foi o fator da Facility ter sido criada tendo como um dos princípios basilares a centralidade do consumidor nas decisões da companhia. Ele pôde ainda descrever como são consideradas as avaliações desse “juiz” em relação ao aplicativo, à logística e tudo o mais, e deu detalhes dos fluxos de informações, das perspectivas e dos projetos futuros do empreendimento.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 516 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (13), com a presença de Rodrigo Ribeiro, diretor de TI do Banco ABC, que abordará a diversificação com foco na expectativa do cliente; na quinta, será a vez de Alexandre Frankel, fundador e CEO da Housi; e, encerrando a semana, o Sextrou debaterá o tema “Open delivery: Integração com ganhos para o cliente?”, reunindo Célio Salles, conselheiro de Administração Nacional da Abrasel e co-criador do Open Delivery, Denis Lopardo, fundador e CEO da Bdoo e João Bibar, head de startup de Pede Pronto.