Sandra Maura

A Internet das Coisas no varejo

Autor: Sandra Maura

A ascensão de novas tecnologias tem obrigado o varejo a mudar suas estratégias e estruturas. Os consumidores estão cada vez mais conectados e procuram experiências que os satisfaçam integralmente. Com isso, o mercado está mais concorrido do que nunca e as empresas estão sendo obrigadas a renovar seus ambientes de atendimento e gestão para acompanharem eficientemente as demandas da nova Era Digital.

Ao permitir a integração e a automação de toda a cadeia de trabalho do comércio, do pré ao pós-venda, a Internet das Coisas (IoT) representa um dos principais pilares de transformação à disposição dos lojistas, possibilitando um melhor planejamento das companhias, tanto para simplificar as demandas de administração de negócios quanto para otimizar as questões diretamente ligadas ao atendimento dos consumidores.

Estudos de mercado apontam que em 2020, 5,8 bilhões de dispositivos de IoT estarão em uso no mundo. Até 2022, teremos 177 milhões de usuários móveis no Brasil, o equivalente a 82% da população. Pesquisas mostram ainda que 93% dos clientes afirmam realizar pesquisas nas lojas virtuais e reais para fazerem suas compras. Com isso, vemos que o físico funcionará, cada vez mais, como “modelo de vitrine”, alavancando serviços de atendimento diferenciados para satisfazer os consumidores.

É com esse papel que o mercado pode se tornar efetivamente apto a atender os clientes que navegam pelos ambientes físico e digital na mesma jornada de compra. Além de vantagens operacionais, os sistemas conectados de IoT tendem a transformar a dinâmica interativa dos estabelecimentos e maximizar a experiência dos consumidores.

A Internet das Coisas permite às empresas atender esse público, oferecendo informações abrangentes para que os varejistas possam aprender quais são as expectativas e necessidades reais de seus clientes, mensurando de forma prática quais produtos são mais procurados, as formas de interação e contato mais assertivas e o tipo de atendimento a ser entregue – seja para a venda no canal on-line ou para a finalização do pedido na loja.

Ao utilizar as tecnologias mais modernas em seus corredores e vitrines (com redes Wireless, displays digitais e ferramentas de autoatendimento, por exemplo), as organizações do setor ganham opções para criar uma condição mais atrativa e completa a seus consumidores, com o diferencial de permitirem a experiência real aos compradores, que poderão provar e testar os produtos na hora.

A tecnologia e, principalmente neste caso, a IoT, permite ao varejista reforçar o posicionamento omnichannel de suas lojas, transformando o espaço físico em um ambiente mais conectado e integrado à experiência oferecida pelos canais digitais. Em 2019, as empresas brasileiras investiram, em média, U$6,1 milhões no desenvolvimento de tecnologias de Internet das Coisas e plataformas de dados, um aumento de 45% em relação ao ano anterior. Pesquisas apontam que o varejo é o maior impulsionador desse crescimento. Já existem hoje diversas soluções que integram hardware, software, serviços e dispositivos IoT para coletar, de forma inteligente, informações sobre o consumo e o interesse dos clientes.

Uma gestão eficiente dessas soluções oferece às empresas a possibilidade de criar experiências digitais inesquecíveis, ao mesmo tempo em que podem analisar hábitos de consumo e até prever preferências, por exemplo, utilizando sensores em prateleiras para medir a movimentação e o tempo de permanência dos consumidores em cada setor da loja.

Em um cenário de disputa acirrada pela atenção do público, é imprescindível garantir que a tecnologia seja instalada e que, depois, continue a ser efetivamente útil para todos, facilitando o dia a dia das equipes por meio da automação e permitindo o crescimento dos resultados de negócios, independente do canal utilizado para a compra.

Sandra Maura é CEO da Topmind.

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