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Marta Clark, vice-presidente da América Latina na Alteryx

Brasileiros sabem analisar dados, mas não como aplicar os insights

Existe um desequilíbrio entre a alta disponibilidade de pessoas aptas a trabalhar com dados e sua baixa utilização na condução de projetos digitais ou de tarefas críticas com dados. A conclusão é parte do estudo realizado no Brasil a pedido da empresa de automação analítica Alteryx, segundo o qual, ao mesmo tempo em que muitas empresas contrataram colaboradores com habilidades, desejo, conhecimento e expertise, muitos executivos seniores passam grande parte de suas horas de trabalho em operações manuais e demoradas com dados. E consumindo um tempo que poderia ser gasto de forma mais eficaz em outras tarefas.

Efetuada junto a organizações brasileiras, entre junho e julho deste ano,  a sondagem mostra que a grande maioria dos trabalhadores que atuam com dados relatam possuir habilidades acima da média em limpeza (72%), manuseio (72%) e combinação (74%) de dados. De acordo com Alan Jacobson, Chief Data and Analytics Officer da Alteryx, chama a atenção o fato de que, apesar desse conjunto relevante de habilidades, mais de um terço dos executivos C-Level e presidentes relatam que passam pelo menos um dia de trabalho completo, por semana, executando essas tarefas, sendo limpeza (31%), manuseio (31%), e combinação (40%) de dados, respectivamente. Em comparação, apenas um em cada dez trabalhadores de níveis hierárquicos inferiores dedicam tempo semelhante nesses esforços.

Na avaliação do executivo, “a falta de democratização de dados evidencia que os executivos brasileiros precisam priorizar o desenvolvimento de uma cultura de dados eficaz. Enquanto os insights orientados por dados podem ter escapado a muitas empresas devido à falta de trabalhadores qualificados, outras companhias correm o risco de ficar para trás nessa corrida devido a restrições excessivas de acesso aos dados, pois seus colaboradores não conseguem obter valor a partir dos dados obtidos.

No entender de Jacobson, apesar do valor inerente da tomada de decisões baseada em dados, “há uma desconexão significativa entre os conjuntos de habilidades que vemos no Brasil e o valor que esses funcionários são capazes de gerar. Isso, tanto para impulsionar novas estratégias quanto para otimizar ainda mais o negócio, a fim de administrá-lo de forma mais eficiente. Para que o valor ideal seja entregue, a liderança deve primeiro democratizar o acesso aos dados, ferramentas analíticas e treinamento, permitindo que outros obtenham insights sobre a condução dos negócios”.

Apenas 29% dos funcionários sem cargos de liderança relataram ter apoio de colaboradores com maior senioridade para cumprir a tarefa de agregar valor através de dados. Somente 32% confirmam ter acesso ao treinamento apropriado e 37% afirmam possuir as ferramentas de que precisam para analisar adequadamente esses dados.

“Nem todo colaborador precisa se tornar um cientista de dado”, comenta o executivo. “Mas, ao assegurar que esses funcionários estejam capacitados para desenvolver as fundações de um trabalho de dados, as organizações podem redirecionar por toda a empresa a responsabilidade pelas partes mais demoradas do trabalho com dados”. Ele entende que, ao se concentrarem em seu ativo mais importante – as pessoas – as organizações terão a capacidade de desenvolver insights e responder perguntas de forma muito mais rápida.

“Colaboradores com fortes habilidades de dados são um requisito essencial para desenvolver a resiliência empresarial e a capacidade de mudar de direção rapidamente quando necessário, mas fazer pleno uso dessas habilidades – democratizando o acesso aos dados e tornando mais fácil para os colaboradores fornecerem insights – é o elo que falta. A transformação digital foi além das discussões na diretoria. Agora é fundamental para as empresas avançar na análise e ciência de dados para decifrar o fluxo intenso de informações que correm dentro delas “, acrescenta Jacobson.

A pesquisa aponta três prioridades para as empresas focarem em sua jornada:

Democratizar o acesso e a responsabilidade pelos dados: Apesar da subutilização de habilidades na força de trabalho, 88% dos trabalhadores acreditam que a alfabetização de dados é importante ou fundamental para seu sucesso. Embora os dados sejam importantes para as empresas, seu potencial fica limitado sem uma força de trabalho capacitada para provocar mudanças. O pensamento de cima para baixo integrado em toda a organização é a chave para impulsionar uma cultura de análise.

Criar um centro de excelência de dados: Enquanto 90% dos trabalhadores especializados confirmam que dados e análises resultam em melhores decisões, apenas 18% deles criam modelos de dados para conduzir essas decisões. Há uma desconexão significativa entre os níveis reportados de conhecimento de dados e a utilização dessas habilidades para benefício da empresa. Reforçando o potencial de um centro de excelência de dados totalmente desenvolvido, 91% dos participantes com habilidades analíticas avançadas relatam que podem usar seus conhecimentos sobre dados para aumentar a receita da empresa se tiverem a oportunidade.

Investir em um programa de qualificação contínuo e capacitar os mais próximos a um problema criar soluções baseadas em suas percepções é o método de maior impacto pelo qual as empresas podem desenvolver um centro de excelência de dados. Aumentar os níveis de habilidade em ciência de dados pode ter um impacto dramático nos resultados da empresa.

Conduzir uma cultura analítica orientada por dados: Há uma forte correlação entre o nível de senioridade e habilidades avançadas com dados. Executivos C-Level e VPs relatam habilidades elevadas em análise descritiva (74%), preditiva (81%) e prescritiva (79%).

Avaliar as habilidades que outros trabalhadores de dados possuem – e dar autonomia a sua jornada de melhoria através do uso de um software analítico com pouca ou nenhuma necessidade de programação – é o primeiro passo para reuni-los nessa jornada. Construindo uma cultura analítica baseada em dados, os líderes empresariais podem então aproveitar plenamente o poder de toda a sua força de trabalho.

“Mesmo entre as maiores organizações do Brasil, ainda há muito espaço para que as estratégias de dados evoluam – assegurando que os colaboradores possam obter os insights necessários para o sucesso da empresa”, acrescenta Marta Clark, vice-presidente da América Latina na Alteryx. “Apesar de uma forte base de conhecimentos de dados, as empresas em todo o Brasil correm o risco de ficar para trás devido à incapacidade de utilizar este talento”.

Na concepção da VP, “enquanto uma tecnologia após a outra puderem ser sobrepostas em um projeto de transformação, a verdadeira eficácia virá do desenvolvimento de culturas orientadas por dados que combinam tecnologias de dados avançadas com a engenhosidade do cérebro humano. Somente investindo e capacitando as equipes de dados – alavancando suas habilidades para impulsionar a ciência dos dados e a automação analítica – os trabalhadores serão capazes de fornecer insights que provêm mudanças nos negócios”.

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