CEO da Pampili descreve a trajetória da empresa de calçados que se transformou em rede de franquias no modelo figital
A flexibilidade proporcionada por um novo mundo em que a transformação digital conduz a cada vez mais amplas vertentes do figital, permite até mesmo que nichos se expandam e se subdividam em múltiplas possibilidades. Essa foi a percepção da Pampili, que, de indústria surgida há 35 anos na meca dos calçados femininos, em Birigui, São Paulo, enveredou pelo varejo com parceiros multimarcas e exportações, e vem cada vez mais ampliando o portfólio segmentado por meio de profundos estudos comportamentais. A marca, atualmente, oferece produtos voltados para o estilo de vida das cerca de 20 milhões de meninas brasileiras do zero aos 13 anos de idade e acaba de aderir ao modelo de franchising de forma estratégica. A forma como nasceu a “nação Pampili”, uma cultura de estudo e aproximação com esse público-alvo e suas famílias, foi descrito em detalhes, hoje (11), por Diego Colli, CEO da Pampili, ao participar da 516ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
“Um mundo melhor para ser menina é um mundo melhor para ser mulher”, expressou logo de início o executivo, ao falar da missão da organização diante da magnitude desse mercado, na verdade um nicho de grandes proporções. Fundada em fevereiro de 1987, pelos pais de Diego, que nasceu dois meses depois, a Pampili vem contribuindo na trajetória de crescimento das meninas, segundo o CEO, com todo movimento da marca acompanhando esse público, do nascimento à chegada à pré-adolescência, uma vez que há um grande empenho em estudar e analisar minuciosamente o comportamento das mesmas para atender às suas expectativas. “Da mesma forma que ensinamos, aprendemos muito também com as crianças.”
A frente do momento de transição, em que se opera a profissionalização e a estruturação de um sistema de governança, o executivo informou que tudo isso desembocou na divisão em três marcas: a Pampili Mini, visando as idades de zero a três anos, com grande aproximação às mães e sua relevância nesse estágio; a Pampili Fantasia, abrangendo o público mirim dos 4 aos 8 anos – com produtos que são o histórico carro-chefe da marca; e a Pampili Tweenie, crianças e pré-adolescentes dos 9 aos 13 anos, quando começam a assumir um comportamento de mais independência. “Além de proporcionar maior clareza no entendimento dos hábitos e tendências, essa divisão facilita nosso planejamento de produtos, campanhas, comunicação, etc. Dessa forma, conseguimos enxergar cada público com maior profundidade e qualificar cada vez o atendimento.”
O nicho chamado de “tweenie” passou a ser atendido há apenas quatro anos, levando a organização a criar um espaço interno denominado “mundo da menina”, chegando ao requinte de instituir ali o estudo da “meninologia”. Ou seja, um núcleo de estudos constantes que visam compreender a fundo esse comportamento específico.
“Consideramos algo científico, pois estamos lidando com o universo da criança, podendo, de certa forma, contribuir com a missão educacional dos pais, por meio de produtos, linguagem, conteúdo, sempre atentos ao fato da importância de cuidar dessas futuras mulheres.”
Isso tudo, ressaltou Diego, se insere na evolução da empresa, que nasceu como indústria de calçados para o público feminino infantil. A comercialização sempre foi, ao longo da sua história, junto ao varejo multimarcas, chegando hoje a 4 mil parceiros em nível nacional, representando 80% do negócio, o que inclui a exportação para mais de 40 países. Entretanto, na busca por uma aproximação para conhecer mais a fundo as crianças e suas tendências, a partir de 2009, a Pampili iniciou o movimento de incrementar a venda direta, ao inaugurar a primeira loja-conceito em São Paulo. Foi o que permitiu, na concepção do diretor, a percepção da força da marca para avançar na ampliação do nicho. Dos calçados, o portfólio foi se ampliando a materiais de papelaria, perfumes, lingeries, etc., permitindo se configurar agora, depois de divisão etária do público e multiplicação em mais de uma dezena lojas físicas próprias, “na primeira franquia em marcas lifestyle do Brasil para meninas. Transformando-nos no que chamamos de ‘nação Pampili’, em virtude da forte cultura desenvolvida, com hinos, rituais, que exploram o fato de que a organização com um todo está envolvida em conhecer, abraçar e servir as meninas do país”.
Nesse sentido, ao decidir por atuar na modalidade de franchising, Diego destacou o quanto isso representa um desafio. “São sócios que farão parte de uma ‘nação’ com cultura bastante consolidada. O cuidado tem de ser muito grande, agregando empreendedores convictos dos mesmos valores que os nossos.” Depois de esmiuçar a trajetória da Pampili, seu pioneirismo em calçados exclusivamente para moda infantil feminina, passando pela preocupação com futuro das meninas já mencionado, o diretor detalhou também como atuam os times especializados nas faixas etárias do público-alvo, e aprofundou a chegada por meio de franquias em locais estratégicos do país, promovendo maior acessibilidade à marca. E pôde ainda falar também da conexão que a transformação digital possibilitou entre o e-commerce e as lojas, tornando-as um hub do modelo figital.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 515 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (12), trazendo Diego Dzodan, cofundador e CEO da Facily, que falará do social commerce conectando consumidores e marcas; na quarta, será a vez de Rodrigo Ribeiro, diretor de TI do Banco ABC; na quinta, Alexandre Frankel, fundador e CEO da Housi; e, encerrando a semana, o Sextrou debaterá o tema “Open delivery: Integração com ganhos para o cliente?”, reunindo Célio Salles, conselheiro de Administração Nacional da Abrasel e co-criador do Open Delivery, Denis Lopardo, fundador e CEO da Bdoo e João Bibar, head de startup de Pede Pronto.