Diretor da Sodexo On-site expõe como é estabelecida a parceria estratégica com as empresas clientes, alavancando a experiência por meio de pesquisas
A adoção do modelo flexível ou híbrido de trabalho no mundo pós-pandêmico passou a ser um dos novos fatores que impõem aos RHs maior jogo de cintura para atrair, manter e engajar colaboradores. A esse desafio soma-se outro que é o de manter o funcionário satisfeito com o que lhe é oferecido de benefício, notadamente no âmbito da alimentação, com exigências cada vez mais diversificadas e feitas de forma bem consciente. É nesse ambiente de maior complexidade que a multinacional francesa Sodexo encontrou, também no Brasil, formas de se tornar uma parceira estratégica dos gestores de pessoas. A marca se especializou em pesquisar formas de manter satisfeitos os colaboradores das indústrias que se servem diariamente das refeições servidas nos 1,7 mil restaurantes da Sodexo On-site, empresa do grupo focada em serviços de alimentação e facilities. Expondo de que forma essa parceria no modelo B2B vem sendo nutrida por informações sempre atualizadas para a tomada de decisões em parceria com os RHs, Tomaz Henrique Peeters, diretor de marketing da Sodexo On-site, da 749ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Dando, logo de início, uma ideia da magnitude dos desafios enfrentados pela Sodexo no Brasil, Tomaz informou que a organização está hoje estruturada em três divisões: a Personal Home Solutions, com atendimento médico de alta complexidade na moradia dos pacientes; a de Benefícios e Incentivos, prestes a ser renomeada de Pluxee; e a Sodexo On-site, vertical que opera mais de 1,7 mil restaurantes dentro das empresas-clientes e envolvendo cerca de 46 mil colaboradores próprios para atender a mais de 1,5 milhão de pessoas todos os dias. Em cima disso, ele aproveitou para falar das mudanças que foram aceleradas desde a pandemia, tanto em relação aos clientes da empresa, ou seja, as organizações que são atendidas pela marca no modelo B2B, quanto nos hábitos dos consumidores finais, aqueles que usufruem dos serviços. Em ambos os casos, salientou o diretor, as tendências são bastante estudadas e levando a Sodexo On-site à adoção de um ritmo de rápida adaptação para responder de forma satisfatória às mesmas.
“Em nossa vertente B2B, um dos esforços que temos feito junto aos RHs da nossa base de clientes-empresas é entender de que forma podemos contribuir para atrair, reter e engajar os colaboradores que estão principalmente nas indústrias. Ficamos perplexos quando vemos, atualmente, pesquisas como a da Nielsen segundo a qual hoje há mais influenciadores digitais do que engenheiros e dentistas em atividade no País. Assim, diante da dificuldade que tudo isso tem gerado na atração de talentos, buscamos, por meio de sondagens contínuas e soluções, ser um parceiro estratégico no sentido de melhorar as experiências desses colaboradores no ambiente de trabalho.”
Indagado sobre a visão da Sodexo sobre a adoção ou não de benefícios de alimentação mais flexíveis por parte das empresas diante do modelo de trabalho híbrido pós-pandemia, Tomaz explicou que elas entenderam a necessidade de ir por esse caminho, principalmente para atender aos novos hábitos. “No levantamento dessas novas propensões em tendências, notamos o crescimento do hábito de comprar os alimentos para cozinhar mais no lar, por parte desses que puderam optar mais pelo home office e, quanto aos dos setores produtivos industriais, a preocupação com o consumo de alimentos com muito mais foco na saudabilidade e sustentabilidade, o que inclui as formas de evitar desperdício de comida, entre outros fatores.” Segundo o diretor, atendendo às exigências dos próprios consumidores nas empresas nesse sentido, a Sodexo On-site criou programas, soluções e receitas para oferecer respostas que elevassem os níveis de satisfação dentro dos novos hábitos e comportamentos.
Todas essas mudanças, de acordo com Tomaz, proporcionaram à empresa construir uma cultura ainda mais sólida de perscrutar de forma contínua os novos perfis de consumo dos colaboradores dos clientes. Nesse sentido, ele acrescentou que tudo ficou mais facilitado por se tratar de uma multinacional que pode antecipar soluções já abraçadas em países mais adiantados na forma de lidar com o novo mundo do trabalho flexível e adaptá-las à realidade brasileira também. Sabendo-se que, nesses países, o esforço para atrair e manter mão-de-obra especializada é ainda maior na realidade atual. “Estamos enriquecendo muito nossos dados nas pesquisas também com os totens instalados na saída dos 1.700 restaurantes on-site, nos quais os consumidores podem avaliar e comentar sobre a experiência nesse momento das refeições. É um manancial de insights que nos tem orientado a aprofundar e corrigir os motivos de eventuais pontos de insatisfação.” Segundo ele, somando-se às pesquisas tradicionais de satisfação e levantamento pontuais, tudo isso vai colocando os clientes bem no centro de nossas decisões, o que, tem sido um aspecto crucial de sobrevivência e crescimento de todo tipo de organização.
Ele detalhou também o lançamento recente do modelo de micromercado 100% autônomo, que leva a assinatura de Noponto, para proporcionar mais praticidade, conforto e conveniência nos ambientes de trabalho. Já em operação, o serviço abre caminho para a empresa atuar no setor de foodservice em ambientes corporativos. Esse micromercado inteligente opera sem a mediação de um atendente e tem à disposição do consumidor um mix variado de produtos para ser escolhido.
Houve tempo ainda para o executivo mergulhar na mudança da cultura gastronômica dos consumidores, envolvendo diferenças geracionais; e o acesso cada vez maior a informações alimentares, receitas, gerando um amplo repertório de experiência. Sem falar na expansão das preferências que envolvem restrições alimentares. Ele também descreveu as diversas personas que brotam nesse novo quadro que exige forte acompanhamento, além de esboçar soluções que estão no radar da empresa como, por exemplo, um ecossistema com plataformas para interação direta, entre muitos outros temas.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 748 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (03), com a presença de Vinicius Pessin, fundador e CEO da Eu Entrego, abordando a evolução da logística e seus impactos na CX; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Cobrança: A transformação da atividade passa pela inovação?”, reunindo Marcela Gaiato Martins, diretora de produtos B2C, marketing e atendimento ao cliente da Recovery, Rodrigo Zulim, diretor de soluções digitais da Paschoalotto; Fabio Magalhães, superintende de CX do Banco Bmg e Marcos Davidiuk, head of Digital Labs da ddCom Systems.