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Silvio Veloso, diretor de Transformação Digital da Kimberly-Clark

De portas abertas para a inovação

Autor: Silvio Veloso

O mundo muda, hábitos se transformam e pessoas se reinventam. Essas são certezas que qualquer empresa precisa ter em mente se quiser garantir sua perenidade e relevância. A estabilidade não é estática – os negócios precisam se manter sustentáveis mesmo se transformando o tempo todo. O estável é também dinâmico.

No entanto, nos últimos anos, um fator importantíssimo foi adicionado a essa equação: a velocidade. Os cenários não só mudam, mas se transformam com uma velocidade nunca vista. E acompanhar esse movimento exige um processo de inovação mais ágil, flexível e, principalmente, aberto a novas ideias que desafiam velhos conceitos e mentalidades.

Eu lidero a área de transformação digital de uma multinacional com quase 150 anos e esse século e meio de história só foi possível porque a inovação sempre foi parte do DNA da companhia. E cabe a nós, atuais líderes da organização, dar continuidade a esse legado, abraçando a grande gama de adaptações culturais, tecnológicas, processuais e de governança que o ambiente atual exige.

Em meio a essa jornada de transformação que a companhia já iniciou há cerca de quatro anos, eu destaco um grande aprendizado: tudo começa pela mudança de mentalidade. Por mais que tenhamos áreas específicas que coordenam o movimento de transformação, esse processo não se completa se não tivermos todos os colaboradores envolvidos engajados na inovação.

A disseminação dessa mentalidade engloba várias frentes de atuação, como a adoção de metodologias ágeis, treinamentos focados na cultura da aprendizagem com o erro, implementação de processos que visam a utilização de dados, entre outros. Mas nesse artigo gostaria de destacar o conceito de “olhar para fora”, ou seja, trazer para perto empreendedores que estão inovando nas mais diversas áreas.

Em 2020, lançamos um programa de open innovation, o K-Conecta, que atraiu startups interessadas em contribuir com os desafios do nosso negócio em diversas áreas, desde a gestão de estoque dos clientes, passando por gerenciamento de entrega de mercadorias, até temas de economia circular e gestão de treinamentos para colaboradores. Depois de diversas etapas de seleção, chegamos a 10 startups finalistas e, hoje, colhemos os frutos ao testar essas soluções em ambiente real.

Além das soluções em si propostas pelas startups, outro ganho é o conhecimento que adquirimos por meio da interação entre nossos colaboradores e esse ambiente externo. Foram mais de 100 pessoas envolvidas no programa nos últimos sete meses, entre colaboradores e empreendedores, contabilizando mais de 200h de trabalho em conjunto e 120 reuniões e webinares.

Essa interação proporciona uma relação de ganha-ganha. O ecossistema externo amplia nossos horizontes, nos ajuda a ser mais ágeis na hora de inovar e dissemina a cultura da experimentação e do aprendizado com o erro. Ao mesmo tempo, nós proporcionamos aos empreendedores a oportunidade de testarem suas soluções em uma empresa multinacional, com potencial de escala e visibilidade.

Essa cultura do “olhar para fora” pode ser adotada também na busca de soluções de impacto social. Uma de nossas marcas abraça a causa do acesso ao saneamento básico por meio do projeto “Banheiros Mudam Vidas”. Recentemente, lançamos mão de recursos externos para impulsionar o programa, selecionando iniciativas de empreendedorismo social que atuam na área de saneamento para serem aceleradas com capital semente e mentoria de negócios.

Esses foram alguns exemplos que mostram a importância de ampliar horizontes, desapegar de velhos conceitos e se abrir para o novo, o diferente. Existem muitos empreendedores criando soluções incríveis por aí e grandes empresas podem, e devem, estar próximas desse ecossistema de inovação, criando um ciclo extremamente rico de trocas de ideias, aprendizagem e compartilhamento de recursos. Todos ganham!

Silvio Veloso é diretor de transformação digital da Kimberly-Clark.

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