CEO do Grupo Buddemeyer descreve a transformação de uma empresa familiar tradicional em um grande e moderno negócio, que estuda a fundo as tendências de consumo
Inserida no segmento de cama, mesa e banho, que movimenta cerca de R$ 27 bilhões na economia brasileira anualmente, a Buddemeyer, empresa familiar fundada há 73 anos por um imigrante alemão, veio se profissionalizando e acompanhando as mudanças do consumidor dentro e fora do país. Atuando com três marcas, Buddemeyer, na indústria, a Casa Almeida, rede de varejo físico e on-line, e Empório Bud, no modelo B2B, a companhia cresce estudando o comportamento dos clientes para inovar e nortear os lançamentos. Esse foi o quadro traçado por Rafael Buddemeyer, CEO do Grupo Buddemeyer, hoje (27), ao participar da 975ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Fazendo parte da quarta geração da empresa familiar fundada pelo seu bisavô, o alemão Friedrich Bernhard Buddemeyer, conhecido como Fritz, em 1951, em Santa Catarina, Rafael contou um pouco da história inicial da empresa, centrada, nas décadas de 1950 e 1960, na produção e venda de produtos têxteis, principalmente toalhas, dentro do mercado nacional. Dali em diante, até o início dos anos 1990, entretanto, a Buddemeyer se aproveitou das oportunidades que se abriram no exterior, exportando quase 90% do que era produzido. “Porém, com a estabilização maior da economia brasileira, após o Plano Real, o mercado nacional começou de novo a crescer na nossa área, demandando produtos de qualidade. Então, nos voltamos para ele, já que, sem inflação alta, o consumidor poderia voltar a adquirir produtos de maior valor agregado.”
A partir daí, a companhia foi ampliando o portfólio, com novos produtos de cama, mesa e banho, sempre focada no consumidor feminino 30+ das classes A e B. “Esse perfil de mulher que se constituiu em nosso público-alvo, sempre foi chamado por nós não de ‘dona de casa’, mas sim de ‘dona da casa’, por ser ela quem geralmente determina o quê, quando e onde serão comprados esses tipos de produtos. Ela é formada por várias personas, que se comportam de maneira distintas dentro de cada circunstância. Foi estudando a fundo essa consumidora, que nos permitiu sermos cada vez mais assertivos no desenvolvimento dos produtos e da experiência de compra.”
Até que, no início dos anos 2000, surgiu a oportunidade de entrar no varejo B2C com a compra da Casa Almeida. De acordo com o CEO, esse movimento acabou cumprindo o objetivo inicial da aquisição, que era que funcionasse como um super laboratório. “Pudemos, dentro dessa loja, testar novos produtos, formas de apresentação dos mesmos, embalagens, tipos de tecidos, etc., o que seria impossível de conseguir com os parceiros varejistas. Foi dando tão certo, que a Casa Almeida se tornou uma rede de negócios independente, dentro do Grupo, com 20 lojas físicas mais uma virtual. Isso nos permite fazer lançamentos todos os meses, dependendo das tendências de moda, estações do ano, sempre com o cliente no centro do negócio.”
Depois de descrever como a empresa veio decodificando o cliente e a percepção deste sobre a marca, considerando que o consumidor está em constante mutação, Rafael explicou o que mudou com a chegada do varejo on-line. “No digital, o cliente tem que ter muita confiança na marca, por isso não tivemos dificuldade em nos adaptar. Mas a multicanalidade é o ideal, porque permite também contar com o físico, onde há o toque no produto, uma conexão emocional que o consumidor não consegue ter na internet. Ele pode escolher onde efetuar a compra, que pode até ser na loja para receber em casa.”
Ele complementou que, tanto no presencial como no on-line, a companhia possui uma riqueza de dados que permite estudar o passado e o presente do consumidor na relação com a marca. “E possibilita, também, principalmente, verificar as tendências do futuro com os novos comportamentos geracionais.” Deu como exemplo a mudança do perfil do público predominante da Buddemeyer, que deixou de ser a mulher de 30+ para 25+. Rafael descreveu ainda outras mudanças no comportamento do consumidor, falou da potencialização dos influencers ditando modas globais, do processo de inovação, a aplicação da ESG e a decisão de dividir 20% dos lucros com todos os colaboradores, entre outros assuntos.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 974 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (28), recebendo Alessandro Silveira, Chief Transformation and Customer Experience da Copastur, que abordará o reposicionamento com foco em hiperpersonalização; na quinta, será a vez de Christina Larroude, diretora de marketing da Minalba Brasil; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Mercado de Luxo: A atualização aos novos perfis de consumidores”, reunindo Paulo Oliveira, CEO da Wine Trader, Tamara Lorenzoni, consultora especializada em marketing de luxo, e Camila Dulman, head comercial da área de luxo da Social Digital Commerce.