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Estamos atentos de fato à revolução da creator economy?

Executivos de Hotmart e One Big Media debatem as transformações do mercado com a chamada nova economia do digital

O termo creator economy, cunhado por acadêmicos da Universidade de Stanford, em 1997, mostrou-se com mais evidência, a partir de 2011, quando o YouTube começou a assumir a existência dos criadores de conteúdo. Hoje, essa nova atividade profissional já soma, em números estimados por baixo, 50 milhões de pessoas, em um mercado global com baixíssima barreira de entrada. Representando, para muitos, um marco, essa chamada nova economia gera oportunidades e polêmicas, apontando para mudanças irreversíveis que exigem muita rapidez para quem deseja entendê-las no sentido de prosperidade e realização pessoal e profissional. Os aspectos que caracterizam essa transição, com seus vários ângulos e perspectivas foram debatidos, na última sexta (08), por Alexandre Abramo, diretor global de desenvolvimento e negócios na Hotmart, e Leo Soltz, CEO da One Big Media, ao longo da 515ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Iniciando por uma breve história da Hotmart, Alexandre lembrou tratar-se de empresa de tecnologia brasileira, fundada em Belo Horizonte, há 11 anos, e que hoje já está presente em oito países. O foco está em possibilitar que os criadores transformem seu trabalho em produtos, oferecendo serviços completos, de hospedagem até emissão de NFs – por meio da e-Notas, antiga parceira que foi adquirida há dois dias pela Hotmart –, permitindo se concentrarem apenas na geração do conteúdo. Para o diretor global, trata-se de um mercado jovem que sequer ainda foi bem analisado pelas academias e no qual se vai aprendendo em tempo real. Enquanto Leo, ao falar da One Big Media, mediatech especializada em ativos digitais e creators, opinou que, efetivamente, nesse mercado, tudo passa pela criatividade. A organização escala na associação com esses criadores de canais bem-sucedidos, partindo de 16 desses ativos digitais há três anos e que hoje já são 120, e foi se aparelhando para possibilitar aos criadores o salto da jornada 1.0 para a 4.0 nesse mercado.

Perguntados sobre os riscos dessa nova vertical, conceitualmente aberta à entrada de empreendedores de todos os tipos, se tornar, também centralizadora, Alexandre foi enfático em sublinhar a potencialidade democrática do segmento. “Evidente que a tendência é o enriquecimento financeiro de uma minoria de criadores. Porém, não conheço nenhum outro mercado que, com uma barreira de entrada tão pequena, permita que uma pessoa possa tentar essa façanha. É só parar e analisar o que ocorre em setores como na indústria, no varejo, e percebemos o nível de obstáculos que se interpõem ao iniciante. Ao passo que, para o criador de conteúdo, a barreira se resume em possuir um aparelho celular. Tudo o mais que terá de dispor é tempo e criatividade.”

Ao passo que, para Leo, não só ainda não é um mercado centralizador como dificilmente o será, por tratar-se de um espaço de economia livre, no qual com R$ 1 mil, pagos no smartphone até de forma parcelada, qualquer pessoa pode se tornar um criador de conteúdo. “Tanto é democrático que atualmente, segundo pesquisas internacionais, já são mais de 50 milhões de creators no mundo, o que é muito subestimado. Já que muitos que atuam nas plataformas não se apresentam como criadores de conteúdo, mesmo o sendo. Um terço da população brasileira, por exemplo, já consomem produtos via redes sociais, de produtos e serviços em que, direta ou indiretamente, um creator estará envolvido.” Para o CEO da One Big Media, muitos jovens saem da geração 1.0 para 4.0 por esse caminho, em um novo conceito de empregabilidade, com profissões antigas desaparecendo.

Nessa linha, o diretor da Hotmart interveio para citar o exemplo de uma creator que, ensinando a fazer bolos, faturou R$ 6 milhões em um ano. Ao que Leo emendou ressaltando que isso é possível, pois tudo depende de o que, como e com quem se quer falar para chegar ao sucesso com esses conteúdos. Para ele, “somos nós que fazemos o contexto”. E chamou a atenção para a necessidade de se ficar atento às mudanças, uma vez que muito do que está dando certo hoje pode ser superado amanhã. “Como sempre, é o mercado que dita as regras. Hoje, falamos para tribos específicas e, se for com verdade, autenticidade e paixão, o conteúdo se torna mesmo relevante e eficaz.”

Provando tratar-se concretamente de uma nova economia, Alexandre citou novas profissões que surgem nessa esteira. Uma delas é a figura chamada muitas vezes de coprodutor, lançador ou agente de marketing no setor, que nada mais é do que aquele que facilita os trâmites digitais de comunicação, infraestrutura do canal, argumentos de venda, etc., deixando para o creator fazer o conteúdo. Segundo ele, são conhecimentos tão recentes, como o marketing de influência também, que sequer chegaram ainda às academias. Todos aprendem fazendo e atingindo, muitas dessas atividades, altíssimas remunerações. “Você não vai conseguir contratar esses novos profissionais para sua empresa, como os lançadores de infoprodutos, porque eles estão ocupados demais ficando ricos.” No que foi totalmente apoiado por Leo, ao falar da dificuldade em se encontrar no mercado essa nova força de trabalho que já está se especializando. Segundo ele, somente em 2021, o mercado de agências de influenciadores cresceu 35%.

Depois de darem mais exemplos do que significa esta transição, que eles consideram um dos momentos raros da história da humanidade, a conversa girou em torno das oportunidades que isso traz. “Hoje há muito mais vagas de trabalho nesta área do que profissionais capacitados para as ocuparem”, afirmou Leo, corroborado pelo diretor da Hotmart, ao explicar que os profissionais da publicidade tradicional, em momento de dificuldades, pode se reinventar para se encaixar no jeito diferente de fazer seu trabalho nesse novo mercado. Ele mesmo, ao entrar no segmento, assegurou, teve mais que desaprender do que aprender. E puderam debater em torno dos objetivos das redes sociais, as questões polêmicas sobre monetização, descobertas de nichos, alternativas de remuneração, modelos de sociedade, EAD e muitos outros temas.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 514 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA segue nessa terça com Diego Dzodan, cofundador e CEO da Facily; na quarta, Rodrigo Ribeiro, diretor de TI do Banco ABC; e, na quinta, Alexandre Frankel, fundador e CEO da Housi.

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