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Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black

Experiência financeira segmentada e inclusiva no digital

CEO da Conta Black expõe as etapas para a construção da fintech que busca democratizar o acesso aos serviços bancários entre a população preta e periférica

Mesmo com a tecnologia avançando e democratizando o acesso aos serviços bancários, no Brasil, as restrições para o acesso ao crédito, ainda, são quatro vezes maiores junto à população preta, segundo pesquisa feita pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. Foi com base em dados como esse e em observações próprias que Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black, junto com seus sócios resolveram fundar a fintech que se dedica a resolver os problemas de inclusão financeira junto aos empreendedores pretos e periféricos. Ao participar, hoje (25), da 802ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA, a executiva pôde descrever os desafios, as vitórias e o futuro planejado para o hub de serviços bancários.

Descrevendo, de início, a trajetória que a levou na ideia e concretização da Conta Black, Fernanda contou que o desenvolvimento de sua carreira no mundo corporativo, sendo boa parte lidando com experiência do cliente, influiu no momento que decidiu empreender. Após vivenciar um ano sabático, ela, junto com outros dois sócios, fundou a Afrobusiness, entidade sem fins lucrativos que visava, inicialmente, unificar os networks dos três em uma rede de conexões para gerar trabalho e renda. A iniciativa obteve receptividade tão positiva na sociedade que recebeu um prêmio oferecido por uma big tech, gerando grande repercussão na mídia brasileira. “Fomos chamados para uma entrevista em um programa na TV aberta, o que permitiu alavancarmos a rede com uma grande base de empreendedores muito rapidamente. Como nosso objetivo era fomentar o que chamamos de ‘black money’, ou seja, a circulação de dinheiro dentro da comunidade preta, outros horizontes foram se abrindo.”

No movimento criado dentro desse ecossistema, conectando profissionais liberais e empreendedores da comunidade preta e periférica com fornecedores e grandes empresas, houve a percepção da existência de diversos gaps financeiros. Muitos dos integrantes da rede não possuíam sequer uma conta bancária e, principalmente, sem acesso a crédito, fator imprescindível para os pequenos e médios empresários na criação de capital de giro para deslanchar o negócio. “É desse entendimento que nasce a Conta Black, uma oportunidade para atender aos empreendedores que estavam na base da Afrobusiness, instituto que é, sem dúvida, um excelente laboratório e uma grande parceira do nosso empreendimento.”

Ao ser perguntada sobre quais teriam sido os principais desafios para materializar a ideia, Fernanda não titubeou em apontar o excesso de burocracia. O que, entretanto, considera ser razoável em se tratando de uma iniciativa dentro do mercado financeiro, com todas suas normas regulamentadoras. Além das dificuldades iniciais para aprendizagem rápida das características específicas de atuação dentro desse mercado, ela ressaltou também o esforço suplementar de formação de times com pessoas que se encaixassem no conceito de segmentação da fintech. “Felizmente, éramos seis sócios com especializações que ajudavam nesse início. E, como empreendimento tecnológico e financeiro, fomos muito beneficiados por mudanças operadas pelo Banco Central que deram, nos últimos anos, maior fluidez nesse segmento.” A executiva fez questão de lembrar também que a Conta Black nasceu configurada como um negócio social, mantendo o espírito que gerou a Afrobusiness. “Se for para escolher entre ganhar dinheiro e mudar o mundo, prefiro ficar com os dois ao mesmo tempo”, frisou a CEO, lembrando em seguida que, até mesmo as ONGs, embora não envolvendo divisão de lucros, dependem do dinheiro para continuar sendo sustentáveis.

Sobre a contribuição da sua experiência anterior em CX para deslanchar a fintech, Fernanda afirmou que tem sido mesmo um dos fatores decisivos. Ao lidar com os empreendedores na Afrobusiness, ela percebia que muitos eram apaixonados pela solução que podiam oferecer ao mercado. “Graças a essa minha vivência anterior, pude sempre ajudá-los mostrando que temos de nos apaixonar pelo problema do cliente. Só assim conseguimos manter o foco naquilo que ele realmente necessita. É o cliente que tem de estar no centro das atenções e iniciativas.”

Foi justamente por isso que o início se deu de forma pragmática, resolvendo um problema básico, com a criação de um cartão pré-pago vinculado a uma conta digital. Segundo a CEO, há dados mostrando que há negação de crédito quatro vezes maior junto à população preta no segmento financeiro do País. Avançando, em dois anos, a Conta Black lançou o aplicativo de conta bancária e, hoje, já funciona como um hub de produtos financeiros, oferecendo a experiência completa de um banco, o que inclui fazer pagamentos, transferências, operações com Pix e tudo o mais. Depois de detalhar de que forma está sendo construída a cultura cliente na fintech, a CEO falou ainda da aceleração dentro do período da pandemia, do perfil do público e dos planos da Conta Black para os próximos anos.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 801 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já alcança 2,5 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (26), recebendo Priscila Lima, diretora de Quality & Customer Service da Harman para América do Sul (JBL, Harman Kardon, AKG), que abordará a virada no atendimento e o reflexo no NPS; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Black Friday: É possível encantar o cliente nesse campo (minado)?”, reunindo Fábio Garcia, head de negócios para varejo do Google Brasil, Etienne Du Jardin, cofundadora e CPO da Mimo Live Sales, Antonio Nunes, CEO e fundador da Instaleap, e Vinícius Guimarães, gerente executivo de marketing da Tray.

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