Grande maioria dos compradores de celular são infiéis às marcas

Pesquisa revela também que o impacto ambiental dos produtos é considerado fator-chave para 68% dos consumidores

Os consumidores estão optando por características individuais e inovação para ajudar a definir sua escolha de um aparelho celular, ao invés de apenas seguirem sua fidelidade à alguma marca. A informação faz parte de estudo realizado pela Teads, plataforma global de mídia, em parceria com a GWI — a Mobile Intender Study, desenvolvido em 17 países, o maior já realizado pela plataforma. De acordo com o levantamento, os fabricantes de smartphones vão precisar se adaptar a novos fatores que impulsionam as decisões de compra.

No recorte Brasil, 67% dos entrevistados afirmaram que ofertas de cashback são um fator importante na decisão de compra, seguido da escolha pelo dispositivo de menor preço (15%), opções de troca do modelo atual por um mais novo (12%), lançamentos (11%) e inovações de hardware (10%). Quando perguntados sobre sustentabilidade, 68% disseram que pagariam mais por produtos ecologicamente corretos, 71% afirmaram que queriam que as marcas fossem socialmente responsáveis e/ou ecologicamente corretas e 71% que a durabilidade também é uma característica importante.

“Os dados indicam uma mudança de comportamento no mercado de smartphones, mostrando que os consumidores de telefones celulares ainda são influenciados pelas atualizações tecnológicas dos dispositivos. Mas, as decisões financeiras e ambientais estão desempenhando um papel cada vez maior no ciclo de compra, aumentando a busca por produtos que tenham menos impacto no planeta e durem mais tempo uma vez que tenham sido produzidos”, analisa Paulo Itabaiana, managing director da Teads no Brasil.

Na concepção do executivo, “o mercado de telefonia móvel enfrenta um momento em que os compradores ainda valorizam características de hardware e software para a escolha de seus aparelhos, mas passam a considerar também o custo versus benefício e a responsabilidade social e ambiental das empresas. Um produto que reforce a credibilidade da mensagem deve ser levado em consideração para manter a fidelidade dos usuários no Brasil”.

Nível de satisfação
O estudo mostrou ainda que o desejo de ter o dispositivo mais recente não mudou, com 16% dos potenciais compradores tendo adquirido seu último telefone há menos de 6 meses e metade deles há menos de um ano. Mesmo que 60% tenham afirmado que estão “muito satisfeitos” com seus smartphones. Além disso, 67% dos entrevistados concordaram que um telefone não é apenas um produto tecnológico, mas parte de sua moda/identidade. 

Entretanto, os consumidores não estão apenas procurando o último modelo de sua atual marca. Pois 84% considerariam mudar de fabricante, com GenZ (82%), Millennials (86%) e GenX (81%) sendo os mais propensos à mudança. Em termos de gênero, as mulheres têm uma leve maior predisposição a mudar de marca (84%) frente aos homens (83%).

A pesquisa é divulgada em um momento de crescente uso de dispositivos mobile e venda de smartphones. Associados aos hábitos da pandemia, houve um aumento na média de horas em frente a celulares. Segundo o relatório State of Mobile 2022 do App Annie, divulgado recentemente, os brasileiros passaram pelo menos 5 horas por dia em frente à tela do celular no último ano. Além disso, a busca por smartphones com tecnologia 5G tem crescido a cada dia no país — a estimativa é que só o Brasil concentre mais de 200 milhões de conectados até 2025, metade dos 485 milhões previstos para a América Latina. As vendas globais de smartphones também bateram um marco histórico para o setor — superaram os US$ 448 bilhões em 2021, mesmo com a crise na cadeia de suprimentos gerada pela pandemia, segundo a pesquisa Market Monitor, realizada pelo Counterpoint. Neste cenário, entender os fatores determinantes na decisão de compra do consumidor é crucial para o segmento. “Em um cenário em que o brasileiro se mostra pouco fiel às marcas, a importância de saber explorar o potencial do ambiente digital se torna cada vez mais relevante: é saber comunicar a mensagem certa, no contexto e timing adequados”, afirmou Cau Stéfani, Insights & Research Manager da Teads Brasil.

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