Em abril, o número de pessoas inadimplentes registradas no banco de dados do SPC Brasil apresentou aceleração recorde e avançou 8,60%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Esta é a maior variação anual já registrada em toda a série histórica do SPC. Considerando todos os bancos de dados aos quais o SPC Brasil tem acesso, os economistas da empresa estimam que ao final de abril existiam cerca de 53,8 milhões de consumidores registrados em birôs de crédito de todo o país. Em março, este número era de 52,5 milhões. Isso significa dizer que, entre março e abril, houve um aumento líquido de 1,3 milhões de adultos inadimplentes.
Na análise do presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior, a trajetória de consecutivas altas da inadimplência coincide com o período de apertos monetários, iniciado em abril de 2013 pelo Banco Central, o que tem impactado negativamente na capacidade de os consumidores quitarem seus compromissos. “O encarecimento do crédito associado à alta dos preços diminui o poder de compra do consumidor, que não consegue achar espaço no orçamento para pagar dívidas”, explica Pellizzaro Junior.
Na comparação mensal, entre abril e março deste ano, o número de inadimplentes cresceu 2,14%. Para a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, este aumento mensal foi puxado principalmente pelos “novos devedores”, que começaram a atrasar dívidas há menos de seis meses. “O aumento de inclusão desses novos inadimplentes também sugere que o ciclo de alta dos juros e o consecutivo encarecimento dos empréstimos têm contribuído com o aumento da trajetória da inadimplência dos últimos meses”, afirma Luiza.