O mundo passa por uma grande transformação, em todas as áreas. Cada vez mais, uma cultura digital vem ganhando espaço, com impactos nas relações humanas e de trabalho. “Não estamos passando por uma crise econômica, mas sim de civilização”, alerta Gil Giardelli, CEO da Gaia Creative, empresa em que aplica inteligência de mídias sociais, economia colaborativa, gestão do conhecimento e inovação para empresas e instituições. Em sua apresentação no 3º Encontro de Feras, realizado ontem (22), em São Paulo, o executivo estudioso da cultura digital, com 15 anos de experiência, defendeu a importância de inovar nesse novo cenário onde tudo é digital, inclusive o cliente.
A falta de inovação, segundo Giardelli, pode levar a extinção da empresa. “O quadro em que encontramos hoje com a economia digital está ameaçando as empresas, que precisam apostar em novas formas de fazer negócio. Há um darwinismo digital.” Uma das saídas é a economia circular, modelo que permite repensar as práticas econômicas por meio do design de produtos e sistemas. Outro caminho para inovar é fazer negócios em rede, como a Netshoes e Amazon. “São formas de pensar um novo jeito de atuar diante dos desafios que a mudança da sociedade e do mundo nos impõe”, reflete o CEO da Gaia Creative.
A questão, independente da forma, é inovar nos negócios, reforça o web ativista, difusor de conceitos e atividades ligados à sociedade em rede, colaboração humana, economia criativa e inovação digital. Como exemplo, ele cita a Natura que convocou pesquisadores, universitários e interessados em desenvolver projetos científicos e tecnológicos para uma reflexão sobre os rituais de cuidados pessoais diários, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de processos de limpeza inovadores. Giardelli também cita a Disney que estimulou as crianças a levarem seus iPads e iPhones para o cinema e integrá-los com o filme. No relançamento do filme “A Pequena Sereia”, por meio de um aplicativo, foi possível interagir com a história, encontrar tesouros escondidos e até jogar. Ele destacou ainda a Oreo, que inovou ao imprimir bolachas em 3D, a Heinz, que passou a vender pelo Facebook, e lojas de roupa que estão utilizando o Pinterest.
É nessa transformação também que temos o pós-shopping versus o omni-chanel, segundo o professor. “É hora de radicalizar, inovando no futuro das vendas e partindo para o universo do omni-chanel”, afirma. Como ferramentas para auxiliar, ele pontua as novas tecnologias que irão conduzir os negócios daqui para frente: big data, social media, cloud e mobile.