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Sinergia de cliente com fornecedores

Sinergia. Ato ou esforço simultâneo na realização de uma função, segundo o dicionário. Para os executivos de montadoras, sistemistas e demais participantes da cadeia produtiva do setor da engenharia da mobilidade no seminário ´Reavaliando a Manufatura na Indústria Automobilística, realizado no dia 28/06, em São Paulo, pela SAE BRASIL, esta é a palavra chave para o sucesso dos projetos de tornar ótimos os processos de produção na busca do menor custo e maior qualidade.
Alcançar a sintonia perfeita é, no entanto, tarefa árdua, pois envolve toda a cadeia de valor e, quando se trabalha com 300 a 400 fornecedores diretos, os objetivos nem sempre são atingidos. Exemplos de sucesso, no entanto, não faltam. Theodoro Paraschiva, gerente de Planejamento de FPS e 6 Sigma, da Ford, explicou como foi possível reunir, sob o mesmo teto, todos os fornecedores em Camaçari, Bahia. Com o uso de ferramentas Lean pela montadora e também pelos sistemistas, a Ford monta um carro em 17 horas, a partir da entrada do pedido. “Lá, o tempo de produção para
entrega é mais apertado do que em qualquer outro lugar”, afirmou Guilherme Castro, gerente de Engenharia de Manufatura da Lear, que fornece estofamento e participou do encontro com Paraschiva.
Outros exemplos de sucesso da adoção do “Lean Manufacturing” foram mostrados pela fabricante de lonas e pastilhas de freios TDM Friction e pela Delphi. “Obtivemos 30% de aumento de produtividade, com um layout 40% menor”, revelou Feres Macul, presidente da TMD Friction. “Para funcionar é preciso focar o cliente, pois todo negócio inicia e termina nele”, afirmou Gerardo Mendoza, diretor de Engenharia e Satisfação do Cliente da Delphi.
A opinião de Mendoza é compartilhada por colegas. Para Walter Serer, presidente da TDS Logística, o foco está no cliente: “Antes a indústria não produzia o que o consumidor queria, mas o que a manufatura podia entregar”.
Ouvir a voz do cliente foi o recado de Nestor Piuma, diretor de Business Excelence, da Dana, que falou sobre ´Os Desafios e as Oportunidades para adoção da ISO TS 16949´/, certificação que avalia os processos ao invés de elementos isolados e tem seu foco no cliente. “Os processos são iniciados e se encerram com o cliente, que primeiro fala o que quer e, no fim, dá o feedback do produto”, afirmou. “Por isso é importante ouvir o que ele tem a dizer”.
Estabelecer uma manufatura enxuta exige ainda mudança cultural e de atitude. José Eugênio Pinheiro, diretor de Manufatura da GM, Carlos Alberto Salin, vice-presidente de Manufatura da Volkswagen, e Luiz Tavares de Carvalho, diretor de Manufatura da DaimlerChrysler, mostraram isso em suas apresentações, ao descrever como aperfeiçoaram processos de produção.
Na GM foi adotado o Sistema Global de Manufatura, que permite a entrega
de um veículo em 10 dias, a partir do pedido. Salin explicou como o Sistema de Produção VW, aliado ao Lean Thinking Process, pode levar a montadora à excelência operacional.
Para Carvalho, a mudança começa pela escolha da empresa: rentável e lucrativa ou líder de mercado. “A Daimler optou por ser uma realizadora de sonhos e criadora de mitos, evitando transformar produtos em commodities”, afirmou.
A tecnologia digital na manufatura foi o foco de André Luiz Soriani, engenheiro de Desenvolvimento de Processos da Embraer, que mostrou como a multinacional brasileira usa modernos recursos de simulação para otimizar a manufatura de um avião, do corte das chapas da fuselagem ao layout do galpão de montagem.
Além disso o seminário mostrou como os engenheiros de processos utilizam a criatividade e ferramentas para contornar a queda de produtividade.Wim van Acker, diretor da Roland Berger nos Estados Unidos, fez uma análise muito oportuna sobre o potencial produtivo brasileiro e, com base em pesquisa com players norte-americanos de autopeças, afirmou que o Brasil continua a ser interessante polo de desenvolvimento e produção. “Aqui os riscos são menores do que na China, apesar de o mercado chinês ser maior”, disse.

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