Um mercado em evolução

A IDC América Latina apresentou o estudo anual “IDC Latin America Predictions 2010”, que tem como objetivo analisar os acontecimentos que ocorrerão na indústria de TI e Telecomunicações, as tendências dos usuários e as estratégias dos provedores de TI durante este ano na região. Com a colaboração de mais de 100 analistas da América Latina, o documento mostra uma análise dos fatos, que se espera, transformem o mercado durante 2010. Abaixo segue a lista das 10 previsões:

 

A primeira previsão da IDC se relaciona diretamente com os usuários móveis, e afirma que para fins de 2010 terão sido vendidos na região mais de 43 milhões de computadores portáteis. Pela primeira vez na história, os portáteis superarão em venda os PCs de escrivaninha. O mercado dos netbooks seguirá ampliando-se em toda a região e os fabricantes multinacionais e locais deverão afiar a estratégia de mercado para este tipo de computadores pessoais neste ano. No que diz respeito aos telefones inteligentes ou smartphones, a IDC espera que o crescimento continue este ano, obtendo o nível recorde de venda a mais de 11 milhões de unidades.

 

Depois de uma atividade limitada em 2009 (exceto no caso da ETB em Colômbia, que já se moveu para o caminho IPTV), em 2010 terá mais ações de IPTV, especialmente em Brasil e México. A disponibilidade da televisão digital ganhará atração em 2010, especialmente no ano do maior fenômeno esportivo da cultura da América Latina: a Copa do Mundo. Muitos países já chegaram a uma definição regular de televisão digital entre 2008 e 2009. Entre eles, Brasil, Argentina, Chile e Peru optaram por seguir o caminho da ISDB. Assim também o acesso de banda larga sentirá o impacto de milhões de usuários em linha para seguir os jogos favoritos, ajudando às assinaturas de banda larga a crescer cerca do 20% em 2010.

 

O ano passado foi de grandes revelações comerciais relacionadas a tecnologia 3G na América Latina. Alguns aspectos marcantes incluíram o Brasil, onde a banda larga de celular já representa mais do 10% do total de usuários, e Chile, onde este mercado cresceu 63%. Para 2010, espera-se que a pressão da demanda siga aumentando. O passo seguinte para os provedores deste serviço será o de avançar para a próxima geração de celulares, isto é, 4G, pois ainda 3.5G domina a penetração, sendo o padrão em mais de 50 carriers em 20 países. Os investimentos em infraestrutura wireless representaram 2/3 do total de gasto em equipes de transporte de telecomunicações na América Latina durante 2009, e se espera manter este nível em 2010, chegando a quase $ 4 milhões de dólares.

 

A IDC espera que 2010 seja o ano em que os provedores e os equipamentos de serviços e de redes de América Latina capitalizem e aumentem os investimentos em redes de nova geração. Num contexto macroeconômico desafiante e uma dinâmica de concorrência feroz, os provedores de serviços se veem pressionados a mudar. IDC crê que o transporte óptico, roteadores, switches, a infraestrutura de vídeo e o acesso às tecnologias da nova geração vão gerar crescente investimento em 2010. A pressão exercida sobre o CAPEX está empurrando tanto aos provedores de serviço como aos fabricantes de infraestrutura a procurar modelos de negócios novos e criativos. Em dito contexto, a rede de provedores de equipamentos deveria entender melhor ao cliente, e adaptar-se às novas condições do mercado.

 

A nova dinâmica de mercado impulsionará os provedores de sistemas a transformar as ofertas e prover uma infraestrutura pronta para virtualização que inclua: processamento, armazenamento e conectividade em forma integrada sempre que seja possível. Neste caminho também veremos a aparição de novos players no mercado como provedores de serviços de telecomunicações, provedores de outsourcing e canais especializados com capacidades de entregar e implementar soluções complexas. A IDC considera que a base para a adoção de Cloud começa a ser estabelecida dentro das empresas, e será o passo inicial nesse processo.

 

Na atualidade, o fenômeno de Cloud resulta ser um modelo utilizado em sua maioria nos Estados Unidos, tendendo em conta que 65% dos gastos de Cloud no mundo se realizam neste país. A oferta atual desse serviço na América Latina se concentra praticamente em aplicações. A IDC considera que em 2010 e 2011 estas serão as aplicações para produtividade de negócios. Além disso, a empresa crê que durante 2010, os clientes prestarão mais atenção aos provedores capazes de mostrar os benefícios do modelo Cloud.

 

A noção de colaboração empresarial sofreu uma importante transformação nos últimos anos. O conceito de “Rich Collaboration” pode ampliar-se com o afinco de componentes de colaboração em aplicações tradicionais de empresa. A adoção dessas tecnologias cada vez mas ricas como a Web 2.0, canais multimídia e colaboração em grupo, desatasse uma nova onda de incrementos na produtividade ´coletiva´ similar ou inclusive maior a onda de melhoras que impulsionou a chegada do correio eletrônico. Enquanto o mercado ainda esta tentando elucidar qual é o melhor ponto de partida das comunicações unificadas, o impulso subjacente da transformação da colaboração se converte na aplicação. Durante 2010 se converterá no ponto de inflexão do qual os provedores e os integradores verão a necessidade de juntar soluções de comunicação e de colaboração em sua oferta.

 

As melhorias no suporte aos clientes e nos sistemas de faturamento terão um forte impacto que irá além do que os programas de Business Intelligence (BI) ou CRM, os quais utilizam sistemas legacy. A IDC considera que as melhoras, as migrações e a otimização do faturamento bem como os investimentos em suporte a clientes atingirão um investimento de arredor de um bilhão de dólares em 2010.

 

A IDC acredita que a demanda de projetos relacionados com a otimização de negócios continuará nas empresas da América Latina em 2010. Os volumes crescentes de informação junto às dinâmicas de mercado tendem a acelerar diferentes tendências na análise da informação. Por um lado, gerar consciência sobre os novos produtos, serviços e clientes em tempos de investimentos prósperos, bem como reduzir o custo e fomentar a lealdade dos clientes existentes em tempos de crises. As decisões tomadas em relação a todas estas atividades deverão ter um respaldo de informação emitida e avaliada por um instrumento analítico. A IDC prevê que o mercado de software analítico na América Latina crescerá cerca de 12% em 2010.

 

O impacto do difícil ano de 2009 se refletirá como consolidações em 2010, onde alguns distribuidores de hardware de segundo nível serão adquiridos por distribuidores regionais e internacionais que se encontram na busca por incrementar as vendas, fortalecer a presença na região ou, em alguns casos, estabelecer-se pela primeira vez na América Latina. Apesar do crescimento de vendas diretas a consumidores por parte dos fabricantes de hardware na década passada, nos mercados de hardware como o de PCs, cerca do 75% dos embarques totais ainda passam pelas mãos de distribuidores antes de chegar ao cliente.