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Cesario Nakamura, presidente da Alelo

Um panorama do uso dos benefícios no Brasil

Pesquisa da Fipe e Alelo mostra redução no valor de recarga dos vales-alimentação e refeição no último ano e impacto da inflação no poder de compra dos benefícios

O valor médio do vale-alimentação, em fevereiro último, foi de R$ 323,2, o que corresponde a uma ligeira queda de 0,7% em 12 meses, já considerando a inflação. Já o valor médio do vale-refeição chegou ao patamar de R$ 415,3, recuando 3,9% no mesmo período, também considerando a inflação ao consumidor. Ao comparar esses resultados com os valores apurados no início da pandemia, em fevereiro/2020, ambos se encontram defasados: no caso do benefício alimentação, o valor médio corrigido pela inflação era de R$ 367,4 (13,7% superior), ao passo que o benefício refeição era de R$ 465,2 (valor 12,0% maior, em termos reais).

Os dados fazem parte do panorama inédito de indicadores que acompanha o valor e uso dos benefícios em todo território nacional, realizado pela Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas -, em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas. Estudo que teve como base informações relacionadas à utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição. Para oferecer um contexto mais amplo do setor, o material reúne ainda dados e indicadores compilados de outras pesquisas referentes ao emprego formal (Novo CAGED), mercado de trabalho (Pnad Contínua), negociações coletivas (Salariômetro/Fipe), inflação (IPCA e INPC), além do valor médio da cesta básica (DIEESE) e de refeições (ABBT).

Mudanças relevantes com a pandemia
Em relação ao gasto médio por transação, os últimos resultados disponíveis apontam uma redução real de 3,7% no caso do benefício alimentação em 12 meses, passando de R$ 80,0, em fevereiro de 2021, para R$ 77,1, em fevereiro de 2022, em paralelo a um recuo de 6,2% no caso do benefício refeição  – de R$ 50,5 para R$ 47,3. A pandemia, o isolamento social e as restrições sanitárias provocaram mudanças relevantes no comportamento dos consumidores, entre as quais a concentração dos gastos em um número relativamente menor de transações.

Ao falar da duração média dos benefícios, foi considerado o número de dias corridos necessários para esgotar o saldo creditado mensalmente pelas empresas aos colaboradores. Segundo os dados apurados em fevereiro de 2022, foram necessários, em média, 14,7 dias corridos (aumento de 11,3% nos últimos 12 meses) para que o valor do vale-alimentação fosse totalmente gasto. 

Já o vale-refeição revelou uma durabilidade relativamente superior: média de 24,2 dias corridos (apontando recuo de 0,6% em 12 meses). Em perspectiva, ambos indicadores se consolidaram, nos últimos meses, em patamares inferiores ao observado no período que antecede a chegada pandemia no país (fevereiro de 2020): benefício alimentação registrou queda de 16,5% (passou de 17,6 para 14,7 dias corridos) e refeição declínio de 11,3% (de 27,3 para 24,2 dias corridos).

Diante disso, foram analisados também os indicadores que buscam mensurar o poder de compra dos benefícios. Como mostram as últimas estimativas, em fevereiro de 2022, o valor médio do benefício alimentação correspondeu a 46,8% do valor médio ponderado da cesta básica, calculado pela Fipe a partir de dados do Dieese para capitais brasileiras. Em 12 meses, essa proporção mostrou baixa de 0,9 pontos percentuais.

Já na comparação entre o valor médio do benefício refeição e o valor médio necessário para arcar com 22 refeições mensais (quantidade que representa, em média, uma refeição para cada dia útil do mês), calculado pela Fipe com base em dados da Pesquisa de Preço da ABBT – Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador – corrigidos pelo IPCA (IBGE), estima-se que o poder de compra do benefício era de 49,5% em fevereiro de 2022, redução de 0,5 p.p nos últimos 12 meses. O benefício alimentação é a modalidade em que essa perda tem se apresentado mais intensa e persistente, em decorrência da inflação de itens ligados ao setor. Ambos indicadores se encontram abaixo dos patamares apurados em fevereiro de 2020: 63,3% (benefício alimentação) e 52,3% (benefício refeição).

Os novos indicadores, apurados entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2022, avaliam diferentes aspectos desse mercado, incluindo: valor médio dos benefícios, gasto médio por transação, duração média dos benefícios, intervalo entre os usos, contribuição dos benefícios à renda do trabalhador e estimativas do poder de compra dos benefícios. As variações apresentadas no informe consideram a inflação ao consumidor para mensurar o comportamento real dos valores monetários em diferentes recortes de interesse, como nos últimos 12 meses e no horizonte da pandemia.

“O uso dos nossos produtos gera milhares de dados que podem servir para apoiar diferentes negócios nas tomadas de decisão. Por isso, nosso objetivo ao criar um panorama com dados inéditos e de mercado é compartilhar com clientes Alelo e com a sociedade informações relevantes sobre temas que permeiam o setor. Além disso, esses dados nos dizem muito sobre o comportamento de consumo dos trabalhadores quando se trata da utilização de vouchers, que representam parte significativa na renda de muitos brasileiros”, ressaltou Cesario Nakamura, presidente da Alelo.

De acordo com os pesquisadores da Fipe, no contexto da pandemia (e, sobretudo, a partir do segundo semestre de 2020), o poder de compra dos benefícios tem sido intensamente pressionado, por um lado, pela queda no valor médio dos benefícios refeição e alimentação oferecidos aos colaboradores das empresas e, por outro, pela aceleração da inflação na economia brasileira, com destaque para o comportamento de preços relacionados aos itens de alimentação. No mais, a combinação da inflação e a redução dos valores dos benefícios, somada às mudanças comportamentais no consumo influenciadas pela pandemia, podem ser apontadas como os principais fatores que explicam o histórico recente dos indicadores inéditos oferecidos neste panorama.

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