Grande evento global de tecnologia e inovação aconteceu pela primeira vez no Brasil e trouxe insights que podem ser replicados na experiência dos clientes
Autor: Matheus Manssur
Não foi a minha primeira experiência no Web Summit, mas confesso que dessa vez o conteúdo me surpreendeu e me possibilitou extrair insights poderosos para a aplicabilidade no dia a dia. O evento no Rio de Janeiro movimentou quase 22 mil pessoas – mais do que era previsto, inclusive. Foram quatro dias, contando com a abertura, bastante intensos e com muito conteúdo de qualidade.
O tema do evento focou muito em Inteligência Artificial. Entendo que não poderia ser diferente, já que é um tema que está em alta, e que as empresas estão conversando internamente e pensando em soluções cada vez mais tangíveis para serem implementadas. Tentei não me abster de olhar apenas assuntos relacionados ao tema, pensando, claro, em absorver tudo o que o Web Summit Rio poderia me proporcionar.
O maior evento de tecnologia e inovação do mundo sempre poderá te entregar mais. E foi exatamente o que eu vi: há assuntos para as mais variadas buscas e em diferentes formatos. Inclusive, para quem tivesse interesse em sabatinar alguns palestrantes, uma área de Q&A foi criada para perguntas diretas e mais provocativas. Participei de alguns bem interessantes, como o do ex-jogador Deco, que falou sobre o mercado brasileiro, desafios de investimento no esporte, infraestrutura dos clubes e a necessidade de ter esporte como base da educação no Brasil.
Mas, além disso, não poderia deixar de trazer algumas percepções bem ricas de como a Inteligência Artificial trouxe discussões importantes desde a monetização da informação até a apresentação do assunto de uma forma simples. Cassie Korzyrkov, CDS (Chief Decision Scientist) do Google, desmontou o hype sobre IA de uma maneira direta e sem complicações: não precisamos nos assustar com o assunto. Estamos cercados por IA’s, desde as pesquisas e aplicações como em canais de streaming até redes sociais. Somos usuários de modo passivo de interações de Inteligências Artificiais por meio de comportamentos e recomendações. Mas, então, o que mudou nos últimos meses? O uso mais direto, de modo ativo e de forma individual. A ferramenta, como o ChatGPT, está com simples acesso a todos e isso nos assusta, mas sabemos que a utilização de IA’s é bem mais antiga.
E pode ser por meio dessa provocação que as empresas passem a resolver os seus problemas de maneira mais eficiente, principalmente quando há o contato direto com clientes que estão em busca de soluções rápidas e que podem ser resolvidas por meio das IA’s. Falo isso porque entendo que, cada vez mais, precisamos oferecer o que os clientes necessitam e que possa resolver a sua dor, mas isso envolve muito estudo, pesquisas, análise de dados e testes. Mas, a IA proporcionará isso com muito mais agilidade e a integração dos clientes com as marcas devem ser mais rápidas. E as empresas precisam, cada vez mais, olhar para esses detalhes.
Rodrigo Gruner, diretor-executivo de inovação da Vivo, mostrou que a população brasileira é altamente digitalizada: 71% da população tem, pelo menos, uma rede social, comparado com 59% na média global, além de sermos o segundo maior pilar de meios de pagamentos instantâneos com mais de 24 bilhões de transações por semana em 2022. No entanto, há um lado que não podemos desconsiderar, como o fato de que apenas 15% da população tem graduação, 22% têm acesso a seguro de saúde e 40% dos estudantes em escolas públicas não têm acesso a computador ou ferramentas digitais. Tudo isso são informações valiosas para que possamos, juntos, estruturar um futuro mais digital e inclusivo também.
Acompanhei um pouco também do que rondou o segmento de bancos e financeiros, com algumas tendências e como podemos incrementar e melhorar ainda mais a experiência do usuário em um setor que, por vezes, pode trazer alguma complexidade. Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco, contou que para continuarmos crescendo, as empresas precisam assumir, definitivamente, que não sabem de tudo, já que isso pode impactar no melhor entendimento da necessidade de compreender mudanças dos clientes e do espectro que ronda os negócios, ainda mais quando se fala em tecnologia.
Precisamos prestar atenção e valorizar a jornada do consumidor. Isso é fator-chave para o desenvolvimento e sucesso de negócios, independentemente do segmento de atuação. Como disse, é muito complexo não valorizar a experiência do cliente, ela tem relevância e o cliente é o centro de todas as negociações. As empresas têm que se adaptar às mudanças de cenário para não ficarem para trás. Companhias que se preocupam com pessoas, sejam elas colaboradoras ou clientes, são organizações bem-sucedidas.
Concluo a minha participação no Web Summit Rio muito empolgado, contente por ter absorvido tanto conteúdo e ansioso para colocar ideias em prática. Nos próximos dias, irei parar um pouco mais para assimilar todas essas ideias, além de outros conteúdos que pude assistir no evento, para pensar em estratégias para implementá-las o quanto antes. O cenário está mudando, e os clientes não podem esperar. Temos que agir. Quem vem junto comigo?
Matheus Manssur é superintendente comercial da ClearSale.