O presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, Acrefi, Hilgo Gonçalves, comemora a aprovação do Cadastro Positivo, na última semana, no Senado Federal por 66 votos a 5. A proposta segue agora para a sanção presidencial. “É uma notícia muito esperada. Ela traz ganhos fundamentais ao País, pois reduzirá a assimetria de informações e promoverá uma inclusão ainda maior no sistema financeiro nacional”, disse Hilgo.
Segundo o executivo, haverá expansão do uso consciente do crédito, uma vez que com mais informações sobre o comportamento do consumidor como seu relacionamento com o mercado financeiro, redes de varejo, serviços de telefonias, energia e gás é possível melhorar a qualidade na decisão. “Podemos ter, consequentemente, uma redução da inadimplência facilitando que o crédito atinja a sua finalidade. Com a aprovação do texto, a inclusão no cadastro positivo será automática, ou seja, todos farão parte dele. Estimamos que hoje há cerca de 15 milhões de pessoas inscritas no sistema. Com a alteração, acreditamos que esse número subirá para cerca de 100 milhões. Porém, se o cidadão não quiser permanecer no cadastro positivo, conforme previsto na lei, ele terá 30 dias para informar que não quer seu nome incluído. Após a inclusão, caso não deseje continuar, o consumidor poderá requerer a sua retirada, tendo os Bureaus o prazo de 2 dias úteis para a efetivação”, explica Hilgo.
O presidente da Acrefi destaca ainda que serão beneficiadas mais de 20 milhões de pessoas que hoje estão fora do sistema e inúmeras pequenas empresas. “Esperamos que ocorra uma redução na ordem de 40% no nível da inadimplência, um dos maiores pesos da composição da taxa de juros, – e essa redução de risco de perda permitirá que as instituições financeiras possam oferecer crédito com taxas de empréstimo mais competitivas para os ´bons pagadores´ identificados através do Cadastro Positivo. Outro fator importante é que, com mais informações, o agente financeiro poderá conceder crédito dentro de um prazo mais adequado conforme a necessidade do cliente e o bem que ele está adquirindo”, mencionou Hilgo, exemplificando: “um veículo, a reforma da casa, a compra de um eletrodoméstico e assim por diante. Com mais informações, o mercado de crédito avançará”, enfatiza.
Hilgo estima que, nos próximos dois ou três anos, haverá um crescimento na relação Crédito x PIB saindo dos atuais 47% para algo próximo em torno de 70% a 80% (hoje em países como o Chile, por exemplo, que está há mais tempo, essa relação é superior a 100%). “A aprovação do cadastro positivo é um passo muito importante no aumento de competitividade no Sistema Financeiro Nacional (SFN), redução de taxas de juros, inclusão e que impacta substancialmente na melhora da experiência no relacionamento entre clientes e instituições financeiras. O cadastro positivo faz parte dos pilares da nossa instituição”, declara. O executivo destaca ainda que o crédito recursos livres para pessoa física cresceu 5,2% em 2017, 11,3% em 2018 e estima um crescimento nominal de 12% em 2019. “Acreditamos que em 2019, com o andamento favorável da reforma da Previdência, o PIB pode crescer até 2%, inflação 3,85% e Selic em 6,5%”, finalizou.