O sistema de consórcios fechou 2010 com crescimento em, praticamente, todos os setores. Com a mudança de comportamento das classes sociais C e D e a consolidação das A e B, os consórcios de automóveis, motos, caminhões, imóveis e serviços mostraram alta nas vendas de cotas. “Quando projetávamos crescimento entre 6% e 8% para 2010, fomos conservadores e cuidadosos. A expectativa era, no mínimo, superar 2009 com os mesmos percentuais. Contudo, respaldado em cenário de estabilidade econômica, maior presença das classes C e D e a segurança no emprego, com eventual aumento de renda, elevaram o valor do ticket médio, provocando um total negociado de R$ 63,2 bilhões, 30,8% maior que o ano anterior”, conta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Os números de 2010, segundo a assessoria econômica da entidade, fecharam com evolução de 8,2% nas novas adesões. O acumulado dos doze meses de 2010 foi de 2,12 milhões de cotas contra 1,96 milhão, totalizado em 2009. As contemplações, momento em que os consorciados de posse da carta de crédito podem adquirir seus bens ou serviços, acumularam 980,6 mil (jan-dez/2010), 4,4% a mais que as 939,6 mil (jan-dez/2009), do mesmo período um ano antes. O número de participantes ativos, incluindo veículos leves (automóveis, camionetas e utilitários), veículos pesados (caminhões, ônibus, semirreboques, tratores, implementos agrícolas, entre outros), imóveis, eletroeletrônicos e serviços atingiu 4,06 milhões (recorde), em dezembro de 2010, 6,8% a mais que os 3,80 milhões registrados no mesmo mês de 2009.
A estabilidade econômica esperada para este ano reafirma o sistema de consórcios no cenário brasileiro como mecanismo importante para a consolidação dos diversos segmentos como indústria, comércio e prestação de serviços. “A migração que vem ocorrendo entre as classes sociais, com brasileiros da classe D transferindo-se para C, e os da C indo para B, sinalizam o desejo de conquistar e usufruir maior qualidade de vida. Isto nos permite projetar um crescimento nos consórcios entre 7% e 8% nos negócios com novas cotas”, diz Rossi.
Entre os veículos automotores, a expectativa maior está nos leves (automóveis, camionetas e utilitários) pela entrada de novas marcas e por fatores como a estabilidade dos preços e a oportunidade de utilização do crédito da contemplação nas promoções periódicas. Os veículos seminovos também fazem parte da cadeia de negócios, visto que a compra de um novo gera, por vezes, a comercialização de um usado, cuja aquisição também pode ser feita por meio de uma carta de crédito.