No acumulado de janeiro a maio deste ano, o sistema de consórcios liberou R$ 15,3 bilhões em créditos para consorciados contemplados em veículos automotores, imóveis, eletroeletrônicos e serviços. O total foi 11,7% maior que os recursos do mesmo período no ano passado quando somou R$ 13,7 bilhões. O valor é resultado das contemplações realizadas nos cinco primeiros meses de 2014 que acumularam 558,9 mil, 11,6% mais que 550,9 mil (jan-mai/2013) anteriores, segundo a assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da entidade, “ultimamente, os consorciados contemplados estão vivendo um momento bastante favorável para adquirirem seus bens ou contratarem serviços. Com a carta de crédito na mão, têm poder de compra à vista como se estivessem com dinheiro no bolso, podem negociar preços e obter vantagens financeiras que permitam concretizar o sonho desejado”.
O número de participantes do sistema de consórcios também registrou alta. Com mais 9,2%, subiu de 5,42 milhões (maio/2013) para 5,92 milhões (maio/2014), novamente um recorde histórico.
Paralelamente, ainda prejudicadas pelo número menor de dias úteis em razão de feriados e fins de semana prolongados, as vendas acumuladas de janeiro a maio somaram 974,6 mil, 7,2% inferiores aos 1,05 milhão dos mesmos meses do ano passado. O total de créditos comercializados com as novas cotas atingiu R$ 31,8 bilhões, 4,2% menor que os R$ 33,2 bilhões. Em contrapartida a média diária de vendas manteve-se estável com 8,9 mil novas cotas comercializadas em abril e maio.
“Apesar da retração nas vendas, fruto de número menor de dias trabalhados, observamos que sua estabilidade diária é indicador de que o brasileiro continua focado em preservar suas finanças pessoais”, explica Rossi. “Seja para adquirir bens como veículos, imóveis ou eletroeletrônicos seja para contratar serviços, o consumidor tem buscado equilibrar seu orçamento mensal, ao realizar as despesas necessárias e obrigatórias e poupar valores para concretização de sonhos pessoais ou de formação patrimonial, muitas vezes utilizando o consórcio”, complementa.
Recentemente, pesquisa da Fecomercio-SP apontou queda no número de famílias paulistanas endividadas de 2013 para 2014, porém ainda com volume superior a 50%. Para fazer frente a esse cenário de créditos mais caros, em razão de encargos como juros e outros custos, a recomendação é que o consumidor dedique mais tempo à análise de seu orçamento doméstico e fique mais seletivo para assumir novos compromissos financeiros, visto que as parcelas mensais têm ficado mais elevadas e, consequentemente, passaram a pesar mais no orçamento. “Gradativamente, a educação financeira vem estimulando mudança de comportamento no brasileiro, sinalizando melhor administração dos recursos pessoais”, complementa Rossi.