“Após 2008, ano de crise, 2009 e 2010 são anos de recuperação e transformação respectivamente, onde o mercado brasileiro, após a retomada, terá que se adaptar e se ajustar”. Com essa e outras afirmações Roberto Luis Troster, economista e consultor, iniciou o primeiro painel do 4º Congresso ClienteSA IRC+. Troster fez uma análise do cenário econômico mundial e brasileiro e como as expectativas previstas para 2010 devem impactar nas empresas do setor de crédito e cobrança.
De acordo com o consultor, “o comércio deverá crescer, mas ainda está se recuperando e os níveis ficarão abaixo do PIB”, previsto para crescer 3,9% em 2010. Troster também comentou sobre uma possível queda, não tão significante, na inadimplência – conseqüência, entre outras coisas, da geração de emprego com carteira assinada e das negociações.
Também presente no painel de abertura, Marcel Domingos Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo – ACSP, comentou sobre o perfil do tomador de crédito e do endividado em 2010. Segundo pesquisa da associação, citada por Solimeo, hoje crescem os empréstimos com valores acima de R$ 5 mil. O executivo falou do índice de pessoas com mais de um credor que vem crescendo, segundo dados da ACSP, e do também aumento do número de cheques sem fundos – uma expectativa de crescimento de 15%.
Fernando Blanco, do Instituto para o Desenvolvimento da Cultura de Crédito, completou com mais dados sobre o perfil do endividado e da concessão de credito. “O crédito no Brasil ainda é jovem, ainda falta cultura para a população”, acredita. Segundo Blanco, o brasileiro ainda não sabe lidar com os bancos.
O painel ainda contou com José Roberto Romeu Roque, da Associação Nacional das Empresas de Crédito e Cobrança – Aserc, como moderador, e Nicolas Medina Alonso, do Sindicato das Empresas de Cobrança e Recuperação de Crédito do Estado de São Paulo – Secobesp, que também abordou as expectativas para os próximos anos e como o Sindicato pode auxiliar na organização e fortalecimento das empresas do segmento.