A proporção de famílias paulistanas endividadas diminuiu 2,5 pontos porcentuais no mês de outubro – é o que revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Neste mês, 45,3% das famílias entrevistadas possuíam algum tipo de dívida, contra 47,8% apurados em setembro. A pesquisa mostra ainda retração de 9,1 p.p. em relação ao mesmo mês de 2013, quando o índice registrou 54,4%.
Na segmentação por renda, houve queda no número de famílias endividadas que recebem até dez salários mínimos (SM). Em outubro, 49,8% dessas famílias tinham alguma dívida contra 52,2% no mês anterior, queda de 2,4p.p. Entre as famílias que ganham mais de 10 SM a retração foi de 2,8 p.p ao passar de 35,1% em setembro, para 32,3%. Na comparação anual a queda foi respectivamente de 8,7 p.p. e de 10 p.p..
Das famílias entrevistadas, 10,7% possuem contas atrasadas, queda de 1 p.p em relação a setembro e de 8 p.p. em relação a outubro de 2013. Esse é o menor índice desde janeiro de 2012.
Entre as famílias que estão inadimplentes 25,7% possuem contas com até trinta dias de atraso; 24,7%, entre trinta e noventa dias; e 47,7% com contas atrasadas acima de noventa dias. Contudo, somente 3,4% das famílias não terão condições de pagar total ou parcialmente suas contas no próximo mês. Esse é o menor índice desde janeiro de 2012, quando a PEIC registrou que 3,1% das famílias não conseguiriam quitar suas dividas. Ainda que o porcentual de endividados e famílias com contas atrasadas esteja caindo, o volume de famílias paulistanas que compromete entre 11% e 50% da sua renda subiu 2,9 p.p., ao passar de 47,7% em setembro para 50,6% em outubro.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a queda do nível de endividamento das famílias está relacionada aos indicadores macroeconômicos que apontam um cenário de baixo crescimento econômico, inflação e juros em alta e menor geração de emprego no País. Nos últimos meses, o conjunto desses fatores tem deixado o consumidor mais cauteloso na obtenção de novos financiamentos, reduzindo gradativamente o nível de endividamento das famílias.
O principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, utilizado por 63,1% das famílias analisadas. Em seguida, estão: financiamento de carro (22,4%), carnês (15,6%), financiamento de casa (15,1%), crédito pessoal (12,1%), cheque especial (7,4%), e outros.