Pablo Morales, diretor sênior de parcerias e alianças da Fico

GenIA e inteligência de dados transformam decisões de crédito e impulsionam investimentos sustentáveis

Plataformas de tomada de decisão financeira, ao transformar dados complexos em decisões práticas, posicionam-se como aliadas fundamentais de empresas que querem crescer

Autor: Pablo Morales

A inteligência artificial generativa (GenIA) já é uma alavanca real de transformação em setores críticos da economia. Em 2025, com o avanço das exigências regulatórias, o fortalecimento da agenda climática e a pressão por práticas empresariais mais responsáveis, a convergência entre GenIA, análise de dados e critérios ESG passa a ocupar o centro das decisões financeiras mais estratégicas.

Essa tecnologia permite analisar grandes volumes de dados desestruturados e possibilita simular cenários complexos. Com isso, instituições financeiras e empresas conseguem transformar incertezas ambientais e sociais em decisões de crédito mais conscientes e em investimentos com impacto real. É um avanço importante, uma vez que substitui um modelo reativo de monitoramento por uma inteligência preditiva e orientada a geração de valor sustentável.

Além de fortalecer a governança e a transparência, a inteligência analítica também desempenha um papel social essencial. A regulação pode atuar como catalisadora da inovação — o sucesso do Pix é um exemplo disso, nascido de uma iniciativa regulatória que impulsionou a criação de produtos financeiros mais acessíveis. Nesse contexto, a aplicação responsável da inteligência artificial no setor financeiro contribui diretamente para a inclusão financeira, permitindo decisões de crédito mais justas, contextualizadas e alinhadas à realidade dos consumidores. Quando usada de forma ética e transparente, a tecnologia torna-se um instrumento de democratização do crédito e de geração de oportunidades econômicas.

De acordo com o 1º Volume de Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025, realizada em parceria com a Deloitte, mais de 80% dos bancos brasileiros já utilizam GenIA em suas operações, o que trouxe um aumento médio de 11,4% na eficiência dos processos e, notavelmente, em 38% das instituições, esses ganhos ultrapassam 20%. Os bancos planejam um salto de 61% nos investimentos em IA, analíticos e Big Data dentro de um orçamento total de R$ 47,8 bilhões em tecnologia neste ano. Isso equivale a um crescimento de 13% em relação a 2024. Esse movimento vem acompanhado de um incremento de 59% nos investimentos em nuvem, sinalizando a robustez da infraestrutura necessária para sustentar esse avanço tecnológico. 

Conforme dados da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos ESG no Brasil movimentaram mais de R$ 200 bilhões em 2024, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior, o que evidencia o apetite crescente por investimentos sustentáveis no país. 

Mais do que cumprir exigências regulatórias ou atender às expectativas do mercado, integrar GenIA e ESG às decisões financeiras é uma forma de gerar valor em três frentes: reduzir riscos sistêmicos e reputacionais; canalizar capital para iniciativas sustentáveis com base em dados reais, não apenas compromissos declarados, e aumentar a eficiência na gestão de recursos naturais, sociais e financeiros.

Em um cenário onde os fundos de investimento com foco em sustentabilidade continuam ganhando força e as políticas públicas exigem mais transparência, o uso inteligente de dados torna-se diferencial competitivo.

Plataformas de tomada de decisão financeira, ao transformar dados complexos em decisões práticas, posicionam-se como aliadas fundamentais de empresas que querem crescer com responsabilidade, alinhando desempenho financeiro e impacto social e ambiental. Afinal, a transformação não é opcional e já começou. As instituições que conseguirem antecipar tendências, adaptar seus modelos de decisão e colocar a inteligência analítica no centro da estratégia estarão mais preparadas para prosperar em um mundo onde desempenho e sustentabilidade caminham juntos. 

Pablo Morales é diretor sênior de parcerias e alianças da Fico.

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