Segundo estudo da KPMG, as empresas do segmento estão em um momento podem se questionar sobre fundamentos de identidade, proposta de valor e estratégia para o futuro
De acordo com o estudo “O Luxo em Transformação”, realizado pela KPMG, a indústria do luxo está em fase de transformação e a retomada está sendo esperada em até dois anos. Segundo o levantamento, as vendas diminuíram em função dos resultados mistos, declínio dos mercados asiáticos e consumidores cada vez mais difíceis de serem atraídos. A pesquisa sobre tendência para o setor ouviu 180 profissionais da área envolvidos em várias atividades, que falaram sobre gestão de custos, inteligência artificial, diversificação e excelência operacional, entre outros temas.
“Em 2024, pela primeira vez desde a pandemia, as vendas de artigos de luxo caíram. Com exceção do segmento ultra-luxo, como relojoaria e joalheria para certas marcas, todos os demais produtos foram afetados. Os entrevistados estão otimistas com relação ao futuro do mercado. O período atual deve ser aproveitado como uma oportunidade para encontrar alguma forma de resiliência e enfrentar os desafios que se impõem a elas. Além disso, é um momento para que elas possam se questionar sobre fundamentos de identidade, proposta de valor e estratégia para o futuro”, explicou a especialista em moda e luxo da KMPG Brasil, Adriana Stecca.
O estudo apontou ainda que as empresas dispõem de vários recursos para responder às dificuldades atuais. Incluindo o fato de reforçar a sua resiliência e, ao otimizar os custos, revisar as operações e estratégias de preços, posicionamento de mercado ou até mesmo presença física, as marcas poderão mitigar os efeitos da desaceleração. Quando questionados sobre como recriar o desejo pelo luxo, os entrevistados disseram que as marcas, para retomarem o rumo do crescimento, devem dar um novo sentido ao luxo, um passo necessário na preparação para o futuro.
Segundo Stecca, “as empresas precisam apostar naquilo que as torna únicas e se reconectar com a promessa original do luxo como a exigência de qualidade sustentada por conhecimento excepcional, criatividade extraordinária e experiência exclusiva. Tão evidentes quanto essenciais, são esses pilares, provavelmente enriquecidos pela inovação e conciliados com a indispensável exigência ambiental e social, que permitirão às marcas reacenderem a chama do luxo e fazê-la brilhar por muito tempo”.