Autora: Carolina Andrade

Já faz algum tempo que ouvimos falar sobre a geração que está entrando no mercado de trabalho, denominada Geração Y ou Millenials. Há uma grande expectativa a respeito do seu comportamento, atitude e principalmente, engajamento no ambiente profissional. Pela primeira vez em muitas décadas, temos um número de gerações distintas coexistindo e exigindo respeito em suas peculiaridades. O que gera um conflito de gerações, cada uma querendo demarcar o seu espaço e provar que é a melhor.

A definição para designar uma geração é dada através de indivíduos que nasceram em uma determinada época. Mas é evidente que nem sempre eles se comportam da mesma maneira ou têm as mesmas crenças e objetivos. Analistas já preveem essas disparidades, até porque muito da influência que o indivíduo recebe na sua criação vem da educação e dos valores herdados de seus pais.

Para um melhor entendimento, uma geração é formada por indivíduos que nasceram em um determinado período e viveram em um determinado contexto. Fazendo com que tenham características muito parecidas e hábitos de vida e consumo muito próximos. Além disso, esses indivíduos foram criados em um contexto econômico e político que os fazem ter uma vivência social muito parecida. Porém não podem ser alvo de uma generalização, uma vez que existem exceções que precisam ser levadas em consideração. São pessoas que nasceram em uma mesma época, influenciadas por um contexto histórico, determinando comportamentos e tendo um impacto direto na evolução da sociedade.

Os jovens da Geração Y são totalmente diferentes dos jovens de gerações anteriores. Eles nasceram em um mundo mais estável, econômico e socialmente, e não tiveram grandes lutas e batalhas a serem enfrentadas. Esses jovens foram criados totalmente conectados por novas tecnologias em um mundo globalizado, onde o acesso às novas culturas, línguas e estilos está disponível a um clique. Aprenderam a se conectar e fazerem várias coisas ao mesmo tempo, por isso são frequentemente chamados de multitarefas. Uma vez que pesquisam coisas na internet ao mesmo tempo em que ouvem música, falam ao telefone e discutem com o irmão. Aprenderam a trabalhar conectados e fazer amigos virtuais, conectando-se às redes sociais e compartilhando suas notícias e ideias com os amigos a todo tempo.

Assim como as gerações anteriores, esses jovens também têm muito a dizer e a ensinar aos seus antecessores. Eles chegaram ao mercado cheios de energia e novas ideias e por esse motivo devem ser ouvidos. Pois serão responsáveis por grandes mudanças nas empresas em um futuro próximo. Os jovens de hoje são rápidos e ávidos pelo novo e diferente. Eles têm tomadas rápidas de decisão, espírito empreendedor e uma visão muito mais ampliada de mundo. O que os torna mais ousados e destemidos para novos desafios, encarando o novo como algo desafiador. São capazes de inovar e empreender, possuem autoconfiança na capacidade de desbravar novos ambientes e têm uma preocupação socioambiental nunca antes vista.

A ousadia nata nesta geração faz com que haja a ruptura de paradigmas e aconteçam transformações em um mercado de trabalho muito mais competitivo, onde as empresas precisam cada vez mais de inovação. Além disso, a energia e curiosidade faz com que eles explorem o novo sem receios e medos. Este é um assunto muito instigante nas grandes corporações e que desperta curiosidade e interesse no âmbito dos negócios, uma vez que esses jovens serão os grandes decisores do futuro.

Para que as empresas e os jovens mantenham um bom relacionamento e atinjam seus objetivos, é importante foco e principalmente, autoconhecimento. É ele que vai ajudar esses jovens a entenderem melhor o seu papel como consumidor e dar uma visão de como ele pode agregar valor ao negócio.

Carolina Andrade é Sr. Marketing & Communication Executive da Kantar Worldpanel.