SXSW: o que IA tem a ver com saúde social e jornadas dos consumidores?

Executivos de CI&T, Alura + FIAP Para Empresas, Salesforce e Slingers debatem as principais tendências apresentadas ne edição deste ano do  South by Southwest

Considerado um dos maiores eventos de cultura e tecnologia do mundo, o SXSW, South by Southwest chamou a atenção, esse ano, por uma forte mudança na forma do mercado encarar a inteligência artificial. Inserido em todas as trilhas do evento, realizado de 7 a 15 de março, em Austin, Texas, nos Estados Unidos, o tema não é visto mais como hype, mas como uma tecnologia que necessita de discussões práticas, tendo o ROI como uma das questões centrais, além do seu papel quanto à relevância da saúde social e na relação das marcas com os clientes. Estas e outras reflexões fizeram parte do debate que reuniu, hoje (28), Fernando Ostanelli, diretor executivo da CI&T, Guilherme Pereira, diretor de Inovação, Programas & Experiências da Alura + FIAP Para Empresas, Alessandra Fu, diretora de arquitetura da Salesforce, e Edson Kinoshita, cofundador e CEO da Slingers, na 1096ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Primeiro a se manifestar, Edison fez questão de ressaltar que o SXSW não é um evento de tecnologia, mas um encontro que trata de vários assuntos, de cultura à política, sendo que o mote deste ano foi saúde social. “Um assunto que tem tudo a ver com pessoas que lidam com experiência do cliente, afinal o mundo começa a olhar e se preocupar com a relação das pessoas, podendo, a partir daí, vincular a conexão com a marca. O evento falou muito da solidão das pessoas na atualidade e outros dois temas relevantes abordados foram a IA, que veio mesmo para ficar, e a gestão de mudanças, visando tirar o máximo de tudo que a tecnologia pode entregar.”

Já para Alessandra, o evento evolui ano a ano e, mesmo não sendo de tecnologia, esta segue cada vez mais presente, permeando, inclusive, as trilhas de música e cinema, que deram origem ao festival. “Esse ano, a inteligência artificial foi vista não mais como inovação, mas como estratégia na organização. As empresas que não conseguiram entender que a IA deve fazer parte da estratégia, das conversas, da governança, vão ficando para trás. Isso deve mesmo ganhar protagonismo nas discussões, assim como a gestão de mudança, com uma relação muito grande com a forma que iremos consumir conteúdo e aprender e reaprender ao longo das próximas décadas. É saber como eu me adapto a tudo que está mudando, pois o conhecimento se torna cada vez mais obsoleto e o que conta são as novas experiências. Um terceiro ponto que me chamou a atenção foi o das pessoas no centro de tudo e como faremos para que todos os insights e conhecimentos se tornem uma realidade relevante para nós e nossos clientes.”

Por sua vez, Fernando reforçou que a IA estava em todas as trilhas, palestras, conversas, porque tem a ver com todas as transformações que as empresas precisam passar. O diferencial, neste ano, é que o assunto já assusta menos, sendo encarado de uma forma mais prática e objetiva em termos de aplicações. “Três aspectos se destacaram nesse guarda-chuva da IA, sendo o primeiro deles essa nova forma que temos de nos relacionar com as máquinas. Um novo conceito de ‘agent QI’, trazendo novas propostas de valor em ecossistemas cada vez mais híbridos onde esses agentes irão operar.” O segundo é em termos de implementação, onde a IA não é mais só um elemento digital, mas físico também, cada vez mais conversacional, com a linguagem humana tendo um papel preponderante. O terceiro aspecto é a transformação do SEO em GEO (Generativa Engine Optimization). “A busca de informações deixou de se concentrar só nos tradicionais buscadores, mas estão em qualquer canal, abrindo milhares de oportunidades para as marcas com as quais nos relacionamos.”

Por fim, Guilherme comentou que, até por questões geopolíticas, o SXSW desse ano trouxe um ambiente mais realista, tendendo para o pessimismo. “O enfoque se desenvolveu em uma proximidade cada vez mais acelerada de trazer o que parecia longínquo para o agora, um futuro fluente em tecnologia, mas centrado nas questões humanas. Em meio a todas as discussões sobre a economia agêntica na questão de saúde social, concluiu-se que a IA não ameaça mais a perda do emprego, mas que está tornará o ser humano passivo. Estamos deixando a inteligência artificial nos substituir, porque no momento em que a gente vai para um universo de automação, existe o grande risco das marcas perderem o contato direto com os usuários. E é isso que trouxe à tona a necessidade da centralidade no cliente como tema relevante no mundo.”


Houve tempo para os debatedores abordarem temas como o risco de diminuir a criatividade humana diante do uso feito da tecnologia e até que ponto o evento ajuda a pessoas criativas atingirem seus objetivos, entre outros. O vídeo, na íntegra, está disponível no canal ClienteSA Play, no YouTube, junto com as outras 1095 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3,5 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA retornará na segunda-feira (31), trazendo Renato Costa, CEO da Forma Turismo; na terça, será a vez de Eduardo Brach, diretor de pequenas e médias empresas da Serasa Experian; na quarta,  Roberta Vasconcellos, CEO da Woba; na quinta, Elio França, Chief Business Unit D2C da Bauducco; e, encerrando a semana o Sextou debaterá o tema “Gamers: As oportunidades nas mudanças de comportamento”, reunindo Carlos Silva, CEO e head of gaming da GoGamers, Glaucio Marques, CEO da Level Up Latam, e Renan Barreto, gerente geral da Brasil Game Show.

Deixe um comentário

Rolar para cima