Blog é a contração da expressão Weblog. “Log” significa diário, então weblog é um diário via internet. Geralmente um blog é individual, mas pode ser mantido por dois ou três autores. O primeiro blog data de 1999 e em 2005 já passavam de 4 milhões. Como aconteceu este fenômeno?
No caso do autor, o processo engrenou em setembro de 2004, durante o primeiro debate presidencial entre George W. Bush e John Kerry. No seu blog, Hewitt fazia a cobertura em tempo real da disputa, apresentando sua análise continuada antes e depois do debate. HughHewitt.com teve mais de 130 mil acessos em 24 horas. John Kerry havia falhado em seu teste global. Esse foi um dos quatro mitos fundadores da blogosfera.
Hewitt traça um paralelo entre a primeira reforma – a Protestante, e a reforma da informação. A tecnologia da informação aproxima os séculos XVI e XXI. As transfomações culturais, políticas e econômicas decorrentes da Reforma também foram impulsionadas por uma ferramenta tecnológica.
Após a queda do Império Romano, a Europa Ocidental retrocedeu no tempo por quase um milênio e entrou em decadência – era a Idade Média. A Igreja Católica Romana resistiu e tornou-se a guardiã da cultura ocidental. A arte, a música, a literatura e a sabedoria da época clássica foram preservadas para as gerações seguintes. Mas o poder era garantido pelo rígido controle sobre a interpretação das Escrituras.
A imprensa de Gutenberg afetou o rumo da civilização ocidental. Com a página impressa, os livros tornaram-se mais baratos e a possibilidade de leitura tirou das mãos da elite o papel da interpretação abalizada. Seu primeiro livro impresso foi a Vulgata – a tradução da Bíblia.
Surge então Martinho Lutero, o Pai da Reforma. Desiludido com o catolicismo, ele começou a difundir a bíblia impressa em alemão. Levou assim sua mensagem protestante por toda Europa da noite para o dia. Lutero tinha o que os seus antecessores reformistas não tinham: a tecnlogia.
Mas quando surgiu a blogosfera? A melhor resposta está com os sacerdotes da Suméria (sul do Iraque), por volta do ano 3.000 AC. Eles inventaram o “texto”, os egípicios os hieróglifos e a humanidade chegou ao alfabeto. Tudo gira em torno do texto.
O autor explica o que está acontecendo exatamente agora e por quê. Os meios de comunicação se transformaram em máquinas que podiam produzir lucros. Era necessário convencer outras pessoas – os editores, para transmitir uma notícia. As organizações começaram a transmitir idéias que elas defendiam ou acontecimentos que elas gostavam. Surgia o faccionismo e a informação deixou de ser totalmente confiável.
E para onde foi esse público, os consumidores de informação “não-filtrada”? Eles estavam abertos a novas fontes e também exigiam rapidez. A informação confiável deve ser também muito recente. É onde entra a blogosfera. Fontes confiáveis para quem não tem tempo ou disposição para vasculhar as notícias.
Mas afinal, por que os blogueiros blogam? Para convencer de algo e também para deixar um registro em tempo real. Essa é a novidade da blogosfera: não há barreiras de entrada em um mundo que oferece uma platéia quase ilimitada. Oferece, mas não garante audiência.
Na sequência, o autor explica o que um executivo pode fazer para explorar esse novo meio de comunicação. Primeiro, devemos trabalhar com um blog interno. Hewitt sugere alguns exemplos bastante práticos com finalidades específicas, como os blogs de liderança, de gerência e do empregado.
E se você quer que o mundo saiba quem é você, então precisa fazer algo. A resposta é simples. Comece blogando você, o seu produto ou a sua empresa. Para todo o mundo, sem fronteiras. Caso não tenha um blogueiro dentro da organização, trate de contratá-lo. Pode ser mais fácil que você imagina.
Hugh Hewitt (tradução: Alexandre Martins Morais)
Thomas Nelson Brasil – 2007 (261 páginas)