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Impressoras 3D: você acha que vai demorar para chegar? Repense!

Em um recente evento com executivos de TI (CIOs),
aproveitando o happy hour descontraído surgiu o assunto “como as empresas
adotam tecnologias emergentes”. A conversa estava animada quando alguém
perguntou “alguém já está experimentando ou planejando experimentar a curto prazo
impressoras 3D?”. Fez-se silêncio, e, pelo menos para os CIOs presentes (ali
estavam, entre outros, executivos de setores como indústria e varejo) esta
tecnologia ainda não apareceu na tela dos seus radares. Na verdade verificou-se
que nem está nas suas “to do list” para os próximos dois anos.

Ora, mas é uma tecnologia que vem despertando muita
curiosidade e atenção, já com alguns números bem significativos para mostrar
que deveria estar, pelo menos, no canto da tela dos radares dos CIOs.
Recentemente a Forbes publicou um texto muito bom sobre o assunto, “2015 Roundup
of 3D Printing Market Forecast and Estimates” (http://www.forbes.com/sites/louiscolumbus/2015/03/31/2015-roundup-of-3d-printing-market-forecasts-and-estimates/).
Lendo o artigo vê-se, por exemplo, que alguns analistas prevêem um mercado
mundial de mais de 20 bilhões em 2020 (que está logo ali). O Gartner aponta que
entre este ano de 2015 e 2018 a taxa de crescimento no seu uso será de 103% ano
a ano. A PwC estima que 67% da indústria manufatureira americana já está usando
ou experimentando impressoras 3D. Este relatório, que merece ser lido está em http://www.pwc.com/en_US/us/technology-forecast/2014/3d-printing/features/assets/pwc-3d-printing-full-series.pdf.
 A tecnologia ainda está evoluindo, mas
as perspectivas são de evolução rápida. A Siemens (http://www.siemens.com/innovation/en/home/pictures-of-the-future/industry-and-automation/Additive-manufacturing-facts-and-forecasts.html)
propõe que nos próximos cinco anos as impressoras 3D estarão 50% mais baratas e
400% mais rápidas.

As impressoras 3D já estão dando claros sinais que começam a
sair do campo da experimentação para mudar ou criar modelos de negócio. Um exemplo
é a estratégia dos Correios dos EUA (US Postal Service) que planeja usar seus
centros de processamento de correspondências como hubs de impressão 3D. O
relatório com sua estratégia pode ser visto em 
https://www.uspsoig.gov/sites/default/files/document-library-files/2014/rarc-wp-14-011_if_it_prints_it_ships_3d_printing_and_the_postal_service.pdf.

As impressoras 3D mostram que devemos ter uma visão muito mais
estratégica que um simples olhar de curiosidade tecnológica. Pode transformar
uma cadeia logística, com uma rede de impressoras 3D distribuídas pelo mundo
produzindo em cada local um determinado produto. A logística sai do
deslocamento de produtos físicos para envio de arquivos digitais. Pode produzir
peças e componentes de equipamentos que já saíram de linha de produção, mas que
continuam operando. O próprio processo adotado por estas impressoras, manufatura
aditiva, consome menos material (menos desperdício) que a manufatura subtrativa
adotada hoje.

Onde já vemos sua utilização? Exemplos: na fabricação de protótipos,
acelerando os tempos e diminuindo sensivelmente os custos. Um verdadeiro achado
nas mãos dos setores de P&D! A GE e a Ford são exemplo de empresas que já
usam intensamente estas impressoras em seus esforços de prototipação (http://www.fool.com/investing/general/2014/01/19/why-3-d-printing-is-crucial-to-ford-motor-companys.aspx
). Vemos também na fabricação e produtos, os mais diversos possíveis. Que tal
uma olhada no biquíni de nylon produzido pela ContinuumFashion? Totalmente
produzido via impressoras 3D (http://continuumfashion.com/N12.php).
 Outra aplicação é que usando estas
impressoras pode-se diminuir o numero de peças de um determinado equipamento.
Uma parcela das peças que eram feitas separadamente podem ser produzidas pelas
impressoras 3D. A indústria aeronáutica está usando isso intensamente. Este
artigo do Wall Street Journal, de 2012, já abordava o assunto, citando exemplos
da Boeing e Pratt & Whitney: http://www.wsj.com/articles/SB10001424052702303933404577505080296858896

E quanto ao material que pode ser usado como “tinta”? Cada
vez mais se diversifica: polímeros, cerâmica, metais, vidro, etc.

Como tudo isso afeta as empresas? E porque os CIOs devem se
envolver? Estas impressoras tem um potencial de transformar industrias e modelos
de negócio de forma significativa e se os CIOs querem estar na definição das
estratégias de transformação digital de suas empresas, não podem ficar alheios
a esta tecnologia.

Podemos pensar em diversos exemplos: uma indústria de
máquinas de lavar envia um arquivo digital para seu cliente que imprime
diretamente a peça em um centro de impressão 3D. O cliente não precisa esperar
dias para a peça chegar na sua casa. Isto serve também para caríssimas peças de
uma aeronave, que podem ser impressas em um centro de impressão em aeroportos.
Olha ai os aeroportos gerando uma nova fonte de receitas! A UPS gerou um novo
negócio com centros de impressão 3D espalhados pelos EUA: http://www.ups.com/pressroom/us/press_releases/press_release/Press+Releases/Archive/2014/Q3/ci.The+UPS+Store+Expands+3D+Printing+Across+the+U.S..syndication.
E porque não produzir brinquedos customizados em situações especiais, como a
experiência da Toys “R” Us em Hong Kong? Vejam o caso em  http://www.3ders.org/articles/20130606-3d-printed-mini-yellow-ducks-debut-in-hong-kong.html.

As impressoras potencializam a geração de novos negócios,
mais focados em criação e design e sem necessidade de possuir linhas de
produção. Como AirBnB é a maior rede de hospedagem sem ter um unico hotel,
podemos começar a ver industrias sem fabricas.

Creio que não há duvidas que as impressoras 3D não são
apenas curiosidades tecnológicas, mas que merecem atenção dos CIOs e executivos
de negócio das empresas. Afetam industrias existentes e criam novas. Podem
afetar estratégias de criação de emprego de governos, uma vez que podem, em
muitos casos, tornar irrelevante o fato de um país ter mão de obra barata. Por
outro lado geram novas oportunidades, com empregos mais focados na exploração
do potencial da tecnologia como criação e design. É também necessário que a
academia prepare profissionais para esta tecnologia. Nos EUA existem
iniciativas como esta, de distribuir 35.000 impressoras 3D pelas escolas
americanas para criarem as novas capacitações necessárias: http://www.industryweek.com/around-web/3-d-printing-and-skilled-workforce-future
.

O futuro está chegando bem rápido. Muitas vezes, por pensarmos
linearmente, imaginamos que ele será apenas um pouco diferente do que foi o ano
passado ou dois anos atrás. Mas a evolução tecnológica é exponencial e em dois
anos muda muita coisa. Basta lembrar que agora em abril foi o quinto aniversario
do iPad que afetou de forma dramática a industria de desktops. Portanto, deixar
as impressoras 3D para depois…talvez não seja a forma mais adequada de lidar
com as transformações que já estão chegando. Não será impossível o dia em que veremos
os robôs entrando em greve porque seus empregos nas tradicionais fábricas estarão
sendo eliminados por redes de impressoras 3D…

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