“A carteira de trabalho, pelos lançamentos que recebe, configura a história de uma vida. Quem examina logo verá se o portador é um temperamento aquietado ou versátil; se ama a profissão escolhida ou se ainda não encontrou a própria vocação; se andou de fábrica em fábrica como uma abelha, ou permaneceu no mesmo estabelecimento, subindo a escala profissional. Pode ser um padrão de honra. Pode ser uma advertência.” Alexandre Marcondes Filho
Até o ano de 1980, as carteiras de trabalho tinham uma página dedicada ao texto acima e, após quatro décadas, podemos perceber que se instaurou uma nova configuração no mercado de trabalho.
A oferta de vagas para trabalhos temporários, estágio, programas de aprendizagem, terceirização ou prestação de serviços de profissionais autônomos (PJ) aumentam a cada dia e demonstram como as empresas mudaram o seu perfil de contratação, e como consequência, também mudaram os currículos dos profissionais que estão no mercado.
Hoje, um currículo que apresenta diversas experiências profissionais, deve ser bem avaliado, pois não define o perfil pessoal deste profissional, se ele é “aquietado ou versátil” ou mesmo se “não encontrou a própria vocação”, já que a necessidade de se recolocar pode se dar por diversos fatores como: economia, segmento ou ainda sazonalidade da empresa, fusões e aquisições de companhias, que geram grandes reestruturações – os famosos “cortes” – entre outros. Realizar um trabalho temporário ou por prazo determinado não “suja a carteira”, termo que ainda é bastante utilizado, e tão pouco deverá ser uma “advertência” ao profissional, mas sim uma possibilidade de adquirir novos conhecimentos e desenvolver-se.
Cada vez mais, os profissionais buscam uma rápida ascensão em sua carreira. Nem todas as organizações investem em planos de carreira estruturados e programas de desenvolvimento. Permanecer longos anos no mesmo estabelecimento pode não garantir ao profissional chegar a seu objetivo de carreira. Em dados momentos, para conquistar posições mais elevadas, o profissional terá de busca-las em outra companhia.
É imprescindível ao profissional pensar e desenvolver o seu próprio plano de carreira, estabelecer suas expectativas profissionais a curto, médio e longo prazo, e planejar ações para atingir seus objetivos.