É
sempre uma excelente oportunidade de reflexão, analisar o que está acontecendo,
assim como mostrar as perspectivas relacionadas à qualificação de pessoas nas
organizações. No artigo anterior, publicado aqui neste blog, falamos da relação
80/20 de intenção no processo de desenvolvimento de talentos. Onde apenas uma
pequena parcela de gestores, efetivamente, sai da intenção para a realização.
Por essa razão e, pegando carona na publicação do RUF (Ranking Universitário
Folha) proponho continuar analisando este cenário. Visto que, existe um princípio norteador,
onde a ideia é que a formação acadêmica e o ensino de qualidade garantem
qualidade intelectual, logo asseguram melhor desempenho.
Evidente,
que o indicador qualidade no ensino e, uma ótima universidade assim como, uma
boa base na formação educacional, são critérios importantíssimos, portanto
devem ter um maior peso nas avaliações. Ocorre que, e aqui proponho a reflexão,
algumas, quando não “muitas”, empresas, gestores e profissionais de RH,
entendem que a formação do individuo em excelentes universidades asseguram a
garantia total, ou ao menos um elevado índice de excelência profissional e de
excepcionais talentos e, portanto as instituições de ensino apontadas no RUF
passam a serem critérios em processos seletivos. Então, as empresas passam a buscar, na boa
formação, competências que certifiquem, nas pessoas, sua habilidade para enfrentar
desafios organizacionais. Mas, aqui, pode ter desvios de percepções e quando
não, escorregões feios. Visto que, as empresas transferem para o ambiente
acadêmico, a responsabilidade em desenvolver competências que podem ser
exclusivas do ambiente organizacional, reforçando assim, um comportamento
tradicional, onde as organizações acabam por não desenvolver, internamente,
seus talentos, transferindo para cursos de formação e especialização acadêmica.
Outro
ponto, a ser analisado, na busca de talentos em instituições apontadas no
ranking universitário, é o reforço ao que aqui, denominamos como 80/20 de
intenção em desenvolver talentos, ou seja, pode demonstrar que o RH ou gestor
não querem correr o risco em desenvolver competências. Visto que, o desafio
para desenvolver talentos, internamente, passa por criar novos formatos
educativos, transformando eventos isolados em programas de desenvolvimento continuados,
consistentes e estruturados a partir do diagnóstico da real necessidade e, isso
demanda trabalho.
Não
quero aqui, passar a ideia de desvalorização dos gestores ou RH, apenas quero
dizer que, são tantas tarefas operacionais, rotinas e compromissos, que estes,
acabam por deixar para depois o tema e, quando abrem espaço, percebem que não
estão preparados e que o foco de sua atuação está direcionado para
produtividade. Então, para estimular a reflexão, trago um pensamento de Lacombe
(2005) onde ele enfatiza que as organizações precisam dispor de pessoas
competentes e motivadas para produzir. Mas, que as empresas não poderão decidir
se capacitarão ou não seus colaboradores, uma vez que as pessoas são admitidas
somente com as qualificações genéricas, logo aspectos peculiares da empresa
precisam ser desenvolvidos e, para obter êxito nestes programas, faz-se
necessário estar atualizados continuamente.
Vê-se, então que se antes o trabalho era estritamente
técnico, e o tempo de experiência, um atributo bastante considerado na hora de
contratar, hoje o profissional precisa ter mais, ou melhor, precisa oferecer
mais!
Profª Ângela, muito pertinente este artigo parabéns.
Realmente hoje além da habilidade técnica, é de suma importância a avaliação das competências e o investimento constante no desenvolvimento social.
O diferencial virá do profissional que estiver melhor preparado para ingressar no cenário atual.