O engraçado pode custar caro

No artigo que escrevi no número anterior da revista enfatizei o conceito de que a publicidade não pode ser considerada uma  “retórica de marketing”, como me disse um marketeiro outro dia,  mas também e principalmente um compromisso tácito estabelecido com o cliente. Por outro lado vivemos em um país onde se colocar como engraçado ou como esperto pode influenciar muito. Vejam o caso do jornal que faz o anúncio engraçado e bem humorado sobre um anunciante que não quer vender apartamento, mas sim resolver uma “´dúvida existencial de saber porque quem nasce em Salvador é Soteropolitano e não Salvadorenho”. Será que a
 interpretação de que não existe preocupação com o caráter de quem anuncia ou com a consistência do anúncio não pode ser ruim para quem busca os bens ou serviços anúnciados?

 

Não me parece nem aumentativo, nem didático, divulgar uma mensagem publicitária dessa natureza. Está na hora de enfatizar a honestidade, e não a esperteza. O certo, e não o duvidoso. O transparente, e não o oculto. O anúncio é, sem dúvida, divertido e chama atenção. Mas será que isso é tudo o que importa? Nossa sociedade precisa de bons exemplos. No final do dia, qual a promessa de valor dos classificados oferecidos: “Circulação para quem anuncia” ou “qualidade e credibilidade do anúncio para quem busca algo”?



Não deveria ser os dois?

 

As perguntas que deixo para os comentários de vocês são: se alguem for vítima de uma fraude em função de algum anúncio, como será que o serviço ao cliente irá reagir? 


Podemos acreditar em um serviço de atendimento sério a partir de mensagens publicitárias que não estabelecem compromissos confiáveis? Vale qualquer coisa para chamar atenção?

 

 

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