Pobre do consumidor em um país onde a fraude é regra!



Vocês lembram da história do plano de saude de uns posts atrás?

 

Pois é após eu ter tido a infelicidade de ter sido protegido por uma lei que deu direito ao provedor do serviço a mudar as características do meu plano sem aviso adequado,  após ter tido a infelicidade de ter sido acometido de catarata  precoce e ter tido a necessidade de fazer a cirurgia, tive a infelicidade de ter meu reembolso qualificado de irregular.

 

Por que?   Não sei.  Enviei os documentos corretos, emitidos pelo oftalmologista, reconhecido como um dos melhores   do país. Pelo Hospital Sirio Libanes, e por outros igualmente ilustres e honestos.

 

Mas o analista, que nem sabe o que é catarata precoce, depois de trinta  dias devolveu toda a documentação alegando irregularidades e solicitando documentos que não são pedidos tais como prontuário médico  hospitalar  completo. Exames anteriores e histórico médico do paciente. Ao que conheço prontuário médico é um documento pessoal de relacionamento entre médico e paciente, assim como exames resultados de consulta. O procedimento, custos e razões são devidamente registradas em relatório médico, guia de internação e outros documentos que são pedidos e foram fornecidos.

 

Ora, para que este analista que nem sabe o que é catarata precoce está pedindo isto?  Para analisar o reembolso?  Claro que não. Talvez  porque um homem de 52 fez uma cirurgia de catarata, quando normalmente a idade estatística é maior. É porque eu poderei estar fraudando esta ilustre companhia. Não acreditam em mim, nos médicos e no hospital. É preciso auditar. Aqui em neste país, fere-se a constituição, desconfia-se do cidadão honesto  e não se pune o desonesto.

 

A central de atendimento não diz nada, somente que eu tenho que passar estes documentos e mais, que eu preciso me preocupar com o prazo pois os 90 dias do recibo estão correndo.  Além de irracional, é um processo desleal com um cliente que paga em dia há mais de três anos. Tem um histórico de uso decente e é, afinal, uma pessoa honesta.

 

Eu compreendo mas não considero aceitável,  ser tratado desta forma. Já  esta na hora do PROCOM, imprensa, OAB e sociedade civil dar um basta nisto.   O cidadão honesto não pode pagar pelo desonesto. Não pode ser lesado financeiramente  e moralmente por  conta  de erros   e   atitudes de uma pequena  fatia  da população que vive do escândalo alimentado pela ambição desmedida, impunidade e são popularizados  pela sede sensacionalista de  alguns meios de comunicação que acabam por fazer parecer que estamos afundados no lamaçal da falcatrua e que todos são culpados até segunda ordem.  

 

Eu raramente cito empresas, mas neste caso, apenas para dar a chance aos executivos desta operadora de plano de saúde  de saber o que ocorre nas catacumbas  venham a mim e expliquem porque estão  fazendo isto comigo, adoraria citar. Não acho que presidente de empresa nenhuma gostaria de ver um cliente sendo tratado desta forma.   O cliente espera  um credito de confiança  e não uma acusação. Só não vale dizer que é o processo ou  a regra, por que se for assim, fica   definitivamente ratificada a tese que a regra é a fraude. Eu não acredito, ainda, nisto. Se acham estranho,  ao invés de fazer isto chamem o cliente para uma entrevista, liguem para ele. Não devolvam tudo sob a qualificação de irregular.

 

Se quiserem fazer isso, façam, mas por favor parem de veicular em propagandas, seminários e folhetos que vocês se preocupam e respeitam o cliente.  Tenho certeza de que se algum executivo desta empresa ler este blog, saberá  como verificar se é da sua empresa que estou falando. Fique a vontade para responder.

 

Estou esperando o seu comentário.

 

 

 

 

 

0 comentário em “Pobre do consumidor em um país onde a fraude é regra!”

  1. Pilantragem.
    Não consigo encontrar outra palavra para resumir o meu pensamento.
    Eu tenho um sonho… Um dia o Brasil será um país para gente honesta.
    Espero estar vivo e sem catarata.

    sds,
    Leo Carvalho

  2. amesquit@hotmail.com'
    Alexandre Mesquita

    Estimado Enio,
    Grato por compartilhar conosco essa triste série de falta de respeito com o cidadão honesto.
    A Itália – que vc bem a conhece – melhorou um pouco após a chamada Operação Mãos Limpas. Acredito que estamos a caminho de algo parecido no Brasil, pois a população já está até o pescoço com Arrudas, juízes que vendem abeas corpus, call centers das teles, e planos de saúde como esse!!!
    Eles não vão poder dizer que não sabiam de nada como o Lula fez, pois você nos deu voz aqui.
    Obrigado.

  3. Enio,
    Parabéns pelo artigo e pelas iniciativas, muitas vezes somos lesados e “não temos tempo” ou não queremos “nos incomodar” com coisas que não darão resultado. Enquanto não tivermos ações como a sua, continuaremos sendo enganados por maus profissionais e más empresas.
    Apenas acrescentaria ao seu brilhante texto que muitas vezes o excesso de burocracia serve para desestimular o cliente a brigar por seus direitos e isso é “muito bem” utilizado por estes tipos de empresas.
    Abraço,
    Camargo

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