Tenho a intenção de processar revistas e sites que
divulgam listas dos brasileiros mais ricos, porque sou vítima de uma omissão
inexplicável. Publicam uma lista dos homens mais ricos do Brasil, e nelas eu
não apareço. Aparecem os Diniz, os Marinho, os Ermirio de Moraes, herdeiros do
Itaú, mas eu não sou mencionado.
E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não?
Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que
conservo não sei como.
Eu tenho uma família, esposa adorável, filhos
maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma
nova e doce paternidade.
Eu tenho amigos que são como meus irmãos.
Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus
defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos.
Tenho a agradecer meia dúzia de leitores a cada dia, porque eles leem o que eu mal escrevo.
Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim.
Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como
se eu fosse o dono dos céus e da terra.
Eu tenho olhos que veem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que
acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim
não haviam ocorrido nunca.
Eu sou o mais comum dos homens: alegrias para apreciar a vida e compaixão para
irmanar-me aos irmãos que estão sofrendo.
E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito.
Pode haver riquezas maiores do que a minha? Por que, então, não me colocam na
lista dos homens mais ricos do Brasil? ” (não me iludo: ter dinheiro
suficiente para reconhecer estas coisas é muito importante. Dinheiro é bom para
nos permitir fazer escolhas).
E você, como se considera? Rico ou pobre? Há pessoas pobres, mas tão pobres,
que a única coisa que possuem é … DINHEIRO
(*) adaptado de texto apócrifo circulando pela internet.