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A arte feminina de liderar



Autora: Dezée Mineiro

 

Há algumas diferenças significativas entre homens e mulheres que ocupam cargos de liderança. A que me chama mais a atenção é a sensibilidade, que nós, mulheres, podemos ter e usar sem medo no dia a dia. Os homens, mesmo os sensíveis, têm receio de demonstrar essa característica por a considerarem muito feminina. Mas a sensibilidade é fundamental para um líder.

 

Os homens ainda convivem com o velho preconceito que não podem chorar e demonstrar fraqueza. Li um artigo da Sra. Mariana Araguaia, Graduada em Biologia, da Equipe Brasil Escola, que dizia: “aproximadamente 75% dos homens e 85% das mulheres sentem-se melhor depois de chorar: e isso não é por acaso. Em determinadas situações, nosso cérebro produz certas substâncias, como a prolactina, que ativam a ação das glândulas lacrimais. Esta, cujas concentrações aumentam em momentos de estresse, reduz novamente sua quantidade quando começamos a chorar; tal como a adrenalina. Este fator, aliado à liberação de substâncias como a leucina-encefalina, noradrenalina e serotonina, nos proporciona uma sensação anestésica e de calma, aliviando a angústia e liberando a tensão.”

 

Portanto, esse fator cultural que “proíbe” os homens de serem sensíveis coloca a mulher numa condição de vantagem. Se eles dessem um pouco mais de atenção à sensibilidade, talvez tivessem o mesmo êxito que nós no que as pessoas costumam chamar de “sexto sentido”.

 

Outro ponto a favor das mulheres é a facilidade de tomar decisões mais difíceis. Em sua maioria, os homens sofrem mais com isso, empurram decisões para frente e, muitas vezes, penalizam a empresa com essa postura. Trabalhei com um que, durante anos, aturou pessoas sem a competência necessária e despreparadas para o cargo porque achava que teria dificuldade para encontrar outros profissionais, que a empresa teria problemas sem esses colaboradores, etc.

 

Eu, por exemplo, já tive que tomar decisões difíceis, trabalhar duro para preparar outras pessoas para substituir aqueles que eram incorrigíveis e que se recusavam a melhorar. Livramo-nos deles e formamos uma equipe muitíssimo melhor, com profissionais mais comprometidos e interessados na filosofia e perfil da empresa. O meu colega tinha razão: não é mesmo tomar esse tipo de decisão, mas eu tomei e mostrei que era possível.

 

Engana-se quem pensa que uma mulher profissional age por impulso ou por emoção. Sensibilidade nada tem a ver com emoção de momento. Uma líder que se prepara bem nunca toma decisões sem avaliação e planejamento seguros, infalíveis.

 

Como a mulher sabe que tem de tomar certos cuidados devido à interpretação sobre sua condição feminina, também deve se preparar muito mais, ser mais assertiva, surpreender sempre o opositor, fazer o que ele não espera. Isso significa se preparar além do limite.

 

Mas admito que alguns homens já me inspiraram e tenho muito respeito pelos corajosos, sensíveis e ótimos profissionais que conheço. Um deles é meu líder hoje. Um outro era duro e parecia insensível, mas dava feedbacks, lia e via o que fazíamos. Criticava? Sim, claro, e com isso me ajudou muito a crescer.

 

Aproveito para deixar um recado para as mulheres que ocupam ou desejam ocupar cargos de liderança: sejam ótimas profissionais, continuem sendo mães, namoradas, esposas carinhosas e o tempo dedicado a esses outros importantes lados femininos fará uma diferença significativa no trabalho. Pessoas que não amam e não se deixam ser amadas podem ter o desempenho profissional prejudicado por falta de felicidade.

 

Dezée Mineiro é CEO da DQS do Brasil e América do Sul.

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