No caminho da transformação

De acordo com a edição mais recente da Top of Mind, pesquisa realizada pela KPMG em parceria com The Consumer Goods Forum, 32% dos executivos dos setores de varejo e produção de bens de consumo afirmaram que, até 2018, planejam modificar a forma como conduzem seus negócios. Eles pretendem transformar as operações de varejo de canal único ou multicanal em “empresas omnichannel”. Ou seja, organizações integradas digitalmente, incluindo não somente canais de vendas, mas também de produção, estoque, marketing, vendas, pagamentos e distribuição. 
“As empresas que querem continuar antecipando-se às mudanças e mantendo a vantagem competitiva estão se transformando em empresas omnibusiness. Enquanto uma empresa omnichannel está disponível para o consumidor em todos os canais simultaneamente, uma empresa omnibusiness vai além. Não só possui os mesmos canais integrados, mas prima pelo uso da tecnologia digital e mantém o seu cliente sempre no foco de qualquer decisão ou ação. Deve-se potenciar o conceito de ‘consumidor no centro das decisões e ações da empresa’ com o uso de tecnologias inteligentes que permitam uma interação personalizada”, analisa Carlos Pires, sócio-líder para varejo e mercados de consumo da KPMG Brasil.
Outra conclusão do estudo é que 42% dos executivos acreditam que os clientes já aguardam uma experiência ininterrupta pelos canais de venda, especialmente a geração nascida de 1980 a 2000. E também foi constatado que as empresas estão investindo significativamente em uma análise de dados e tecnologias mais inteligentes. Embora 29% dos executivos que responderam a pesquisa tenham dito que estão atualmente estão utilizando a análise de dados (Data Analytics), essa proporção duplicará para 58% nos próximos dois anos. Uso de técnicas, tais como a análise preditiva, análise do caminho percorrido pelo cliente até o momento da compra e inteligência artificial também devem dobrar até 2018, subindo para 59%, 54% e 43%, respectivamente. “As empresas precisam coletar e analisar a maior quantidade possível de dados circunstanciais, situacionais e comportamentais, para que possam começar a entender porque, quando e como um consumidor toma uma decisão de compra em um determinado momento,” diz Pires.
Cliente no centro de tudo
A pesquisa contou ainda com 7.100 consumidores em 19 países e os resultados sugerem que assuntos que são de grande importância para os consumidores, não necessariamente estão na lista de prioridades das empresas. Os consumidores indicaram que uma melhor experiência nas lojas, informações detalhadas e transparentes sobre os produtos, melhores e mais variadas opções para retirada de produtos comprados online ou devolução desses e a prática de pesquisas online para identificar menores preços são fatores ou comportamentos comumente adotados no momento da compra. Todos estes quatro fatores receberam mais de 67% de respostas favoráveis sobre a importância atribuída pelo consumidor. De outro lado, as empresas classificaram estes mesmos quatro fatores em um nível de importância inferior àquela atribuída pelo consumidor, nenhum deles atingiu um percentual de respostas favoráveis superior a 50%. 
“A pesquisa demonstra uma diferença entre a rapidez na mudança de comportamento do consumidor e a agilidade com que as empresas conseguem compreender essa mudança e agir. Dos quatro principais itens de alta importância classificados pelos consumidores, três deles também são os mais citados pelas empresas. Entretanto a diferença que se observa é no percentual de respostas favoráveis. Os consumidores estão enviando uma mensagem clara que a importância que eles atribuem a esses fatores é maior do que o que as empresas conseguiram captar. Essa rápida mudança de comportamento causa uma disrupção que ao mesmo tempo representa uma grande oportunidade e um grande desafio. Oportunidade para as empresas que conseguirem reagir rápido à nova tendência e um grande desafio a todas as empresas que precisam identificar rapidamente as novas tendências e construir processos ágeis o suficiente para responder na mesma velocidade”, conclui o executivo.

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No caminho da transformação

Muitos estão vendo 2015 como um ano para esquecer. No entanto, apesar do quadro econômico brasileiro, esse ano foi de muita movimentação e novidades no mercado de tecnologia para call center. Embora mais retraído, o cliente continuou exigindo bastante das empresas, principalmente por qualidade. Esse quadro demandou um maior grau de especialização para uma brevidade crescente nos serviços e resolução de problemas. Com isso, o vice-presidente sênior da Aspect para a América Latina, Laurent Delache, conta que estratégias automatizadas e omini-canalidade ganharam espaço. “Os desafios da redução de custo e a satisfação do cliente têm intensificado a procura por plataformas que permitam o autosserviço total ou parcial, tendência que promete dominar o mercado nos próximos anos”, pontua o executivo, acrescentando o discador preditivo também como uma das soluções mais procuradas e comercializadas nesse ano.
Para ele, essa grande demanda por sistemas de discadores preditivos e o crescente potencial das soluções de autosserviço demonstram o período de transição em que se encontra o mercado. “Embora já reconheçam a importância do investimento em autoatendimento, as empresas ainda não se adaptaram perfeitamente a essas novas exigências do mercado e, portanto, ainda não conseguem corresponder à demanda que cresce em enormes proporções.” Por outro lado, os atuais consumidores têm a necessidade de resolver as coisas de forma autônoma por meio da omni-canalidade. “A geração dos Millennials compreende o acúmulo de dados e de possibilidades que a cerca e assimila disso o direito de exigir a alternativa do autosserviço”, comenta.
Na visão de Delache, essa geração está revolucionando o cenário atual de negociações e relacionamento e, dessa maneira, obrigando a mudar conceitos, a mudar aquilo em que antes se acreditava. “E aí se encontra um grande desafio, uma vez que mudanças muitas vezes geram insegurança e desconforto.” Nesse sentido, o executivo já vê as empresas dirigindo esforços para conduzir os negócios e acompanhar cada mudança trazida por essa nova geração.
Mudanças que devem continuar. Com a chegada da Internet das coisas, da realidade virtual e dos wearables, a expectativa do VP da Aspect é de que continuaremos a ver grandes transformações nos próximos anos nas modalidades de interação com os clientes, “que chegam a ser impossíveis de prever em detalhes”. “Com a tecnologia cada vez mais acessível em diversos tipos de dispositivos móveis, a tendência é que, em breve, o atendimento esteja disponível em qualquer hora ou lugar, e que seja fácil, intuitivo e eficiente com cada vez mais e diversas funcionalidades de autoatendimento”, conclui.

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