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O processo de mudança comportamental nas empresas

Uma empresa é um universo fascinante com muitos personagens, pessoas dinâmicas, envolvidas, comprometidas, misteriosas, realizadas, bonachonas, ativas, preconceituosas, pacientes, irritadiças, resignadas, criativas, interesseiras, e que em determinado momento de sua carreira profissional, percebemos se instalar um comportamento que é conhecido por síndrome da passividade de comportamento que se caracteriza por transferir a terceiros a responsabilidade pessoal, que desenvolve-se começando pela inércia podendo chegar a agressividade. Esta foi uma das questões que motivou o desenvolvimento do RPGE (Role Playing Game Empresarial), um treinamento vivencial com características peculiares.


Trata-se de um jogo, onde os participantes assumem um personagem, de acordo com a história proposta. Durante o jogo, muitos obstáculos surgem, estes obstáculos são na realidade exercícios que devem ser superados individualmente ou em grupo. Os exercícios são estruturados diante de um perfil relatado pela empresa-cliente a respeito do foco a ser trabalhado com cada equipe. Ao propor às pessoas que assumam personagens num contexto histórico, muitos participantes iniciam na fase da inércia passiva, em que realizam tarefas por realizar, simplesmente para livrarem-se do problema e por que foram solicitados a fazê-la.


Após a realização dos exercícios propostos pela história e a análise dos mesmos por parte dos consultores e dos participantes, inicia-se a fase de acomodação, na qual realizam as tarefas porém, sem a reflexão de objetivos. Durante o decorrer do treinamento, por sentirem-se tocados em questões íntimas chegam a fase denominada de agitação. Neste momento os participantes querem recuperar o tempo perdido e realizar o que não podiam até então. Gera-se uma grande ansiedade por finalizar as tarefas, mas a comunicação está comprometida e inicia-se uma guerra de vaidades, sendo que cada um deseja falar mais e colocar seu ponto de vista de qualquer forma, a qualquer preço.

Ao perceberem a completa confusão de idéias e sentimentos de fracasso por não conseguirem finalizar o que foi proposto surgem os salvadores, aqueles que acabam realizando a tarefa no lugar de terceiros, e fazendo com que sintam-se mais incapazes e infelizes. Neste momento, é importante ressaltar a importância do consultor que é o mediador da história, em manejar a situação levando-os a fase de reflexão e conseqüentemente que assumam posturas pró-ativas e não apenas reativas. Se existem salvadores é porque assim foi permitido. O papel gerencial tem como principal função a de desenvolver a habilidade dos colaboradores para que estes possam aprender a resolver questões de conflito ou de processos. O mediador do treinamento levanta estas questões e elabora-as junto ao grupo para que a reflexão continue após o período de treinamento.


Em algumas situações a fase final da síndrome da passividade, a agressividade, também se faz presente, o que é muito natural, pois reflete o comportamento que normalmente as pessoas acabam utilizando quando não conseguem resolver algum tipo de tarefa que é o de colocar a culpa em terceiros. Situação que é pontuada e elaborada junto a todos, para que possam refletir a respeito das posturas manifestadas e optar por comportamentos que gerem maior lucro pessoal e profissional.

A realidade percebida durante o treinamento, as posturas dos participantes, as respostas frente a determinados estímulos, são as mesmas que acontecem na rotina empresarial, sendo assim, a partir do momento em que as posturas são percebidas, elaboradas e redirecionadas, é plantada a semente para a mudança comportamental. Iniciar esse processo é um caminho que não deve haver retrocesso, pois isso poderia comprometer a motivação dos colaboradores.


A motivação está ligada às questões emocionais e às necessidades dos indivíduos e trabalhá-las na empresa significa dar um enorme salto em termos de desenvolvimento humano. Os treinamentos comportamentais ao ar livre, como o RPG-E não podem ser considerados mágicos e sim o marco de um processo de mudança de comportamento, cujo objetivo é firmar o papel que cada indivíduo tem na organização e fazê-lo de forma prazerosa e motivadora.

Mara Cristiane Favero e Cristina Azzoni Pinheiro –
www.ceapp.com

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