O terceiro painel do IX Encontro com Presidentes trouxe as perspectivas do cenário brasileiro para 2011. O presidente da consultoria At Kearney, Raul Aguirre, palestrante do painel, apresentou dados sobre a economia no Brasil. “De 1995 até hoje o PIB brasileiro cresceu 22%. Muito menos que o nível geral dos BRICs”, avalia Aguirre. O Brasil tem como desafios a participação na poupança interna do PIB, no comércio exterior no PIB e nos bens manufaturados nas exportações. A novidade, vista como fator positivo, é a característica da pirâmide demográfica brasileira. A população economicamente ativa está em uma das melhores fases, diferente de alguns países europeus.
Aguirre também mostrou que a produtividade agrícola brasileira cresceu mais de 150%, sendo que a produção de soja é a segunda mundial. Quanto à produção energética, a evolução também foi grande. Em 2000 eram produzidos cerca de 1,5 milhão de barris por dia. Em 2020 a projeção é de 5 milhões. Em função de um crescimento tão rápido, é necessário que o país se preocupe com a inflação. “Somos um país em desenvolvimento que gasta como um desenvolvido”, revela Aguirre. Ele mostra que o ranking de liberdade econômica, no entanto, é baixo, estando o Brasil na 113ª posição.
As projeções colocam que, se nenhuma medida radical ocorrer, no ano de 2030 o PIB per capita do Brasil irá se equiparar ao da China. “O fato é que para prepararmos um terreno sólido economicamente, temos que investir mais em bens manufaturados, não ficando tão dependentes da China”, adverte Aguirre. Como recomendações, ele lembra que para qualquer empresa estrangeira interessada em crescer e contratar empregados no Brasil é necessário consultar uma consultoria jurídica e contábil, pois há vários conhecimentos específicos do Brasil necessários para um bom desempenho.
Segundo o presidente da Graber, Antonio Cruz, é difícil fazer previsões no Brasil, pois existem muitos obstáculos para o desenvolvimento da economia, como a infraestrutura. “Enquanto na China cerca de 300 mil engenheiros são formados por ano, no Brasil são apenas 15 mil. No entanto, aqui existem mais doutorandos que nos Estados Unidos. O empresário brasileiro tem que fazer de tudo e mais um pouco para ter sucesso nos negócios”, comenta Cruz.