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Outsourcing e core business: uma relação direta



Autor: Roni de Oliveira Franco


Em pesquisa realizada com 2.850 empresas de todo o Brasil, o anuário brasileiro do setor de serviços, de 2007/2008, mostra que 92% das empresas acreditam que outsourcing é uma tendência mundial, e 86% já utilizou ou utiliza algum tipo do serviço terceirizado. Dentro disso, manter o foco no core business é o principal objetivo para a contratação de uma empresa de outsourcing. Noventa e um por cento das empresas pesquisadas pelo anuário disseram que esta contratação tem este objetivo. Isso comprova que a prática já faz parte do dia-a-dia das organizações na busca por maior participação nos mercados de atuação.


A realização da prática de outsourcing começou em meados da Segunda Guerra Mundial, quando a indústria bélica americana, devido à enorme demanda, estava em franco crescimento. Para tentar suprir os pedidos de armamentos, as empresas contrataram alguns serviços de outras companhias.


No Brasil, esta prática levou mais algum tempo para chegar. Inicialmente, o conceito de terceirização foi disseminado entre as empresas, oferecendo ganhos de produtividade. Com a evolução das empresas e do mercado, as necessidades na área aumentaram. Até o final da década de 60, parecia que a técnica nunca se estabeleceria no País. Porém, em 1970, foi criada a Associação Brasileira de Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário. Quatro anos depois, foi regulamentada a Lei 6.019, constando que o trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente, ou acréscimo extraordinário de serviço. Estes foram dois grandes passos para o trabalho de outsourcing se estabelecer definitivamente no Brasil.


No final dos anos 80, os serviços na área eram basicamente de limpeza, vigilância, alimentação e segurança. Na década seguinte, atingiram outras atividades das empresas. O crescimento de serviços terceirizados na geração de empregos entre 1985 e 1995, representou mais de 70%, sendo o setor que mais expandiu nas regiões metropolitanas. Em 1998, foi criado o Projeto de Lei 4.302, que atualiza a Lei 6.019/74 e regulamenta a terceirização.


Assim, o setor de outsourcing, no Brasil, passou a acompanhar o crescimento mundial da prática. Com a industrialização e a urbanização acelerada, houve um grande aumento da participação do segmento na economia. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho, em pesquisa realizada pela Universidade de Campinas (Unicamp), apontaram que entre 1995 e 2005 os serviços de outsourcing criaram 2,3 milhões de empregos formais, o que equivale a 33,8% dos postos de trabalho do setor privado.


De acordo com o Anuário Brasileiro do Setor de Serviços, dois fenômenos estiveram presentes na história destas atividades no século XX. O primeiro se refere ao crescimento quantitativo destas atividades, em termos da geração de emprego e de produto, o outro, se relaciona à diversificação das atividades do setor.


Atualmente, os setores que utilizarem os produtos oferecidos por empresas de outsourcing, incluem TI, administração geral, tributárias, recursos humanos, contábil, finanças, dentre outros. Os ganhos com a prática da terceirização obtiveram muita importância e são imensos para as contratantes, como desenvolvimento econômico, especialização de serviços, competitividade, aumento de qualidade, controles adequados, diminuição de desperdício, valorização dos talentos humanos e maior lucratividade e crescimento. Ou seja, passaram a ser imprescindíveis na manutenção e conquista de mercado.


Nos últimos anos, diversos projetos sobre terceirização foram apresentados no Congresso Nacional objetivando aperfeiçoar a lei na área. Atualmente, dois deles foram consolidados e um tramita nas comissões de trabalho da casa. Conforme descreve este texto, o outsourcing vem gerando emprego há anos. Portanto, torna-se imprescindível que a nova lei que está sendo escrita para o segmento não ameace a sua consolidação.


Roni de Oliveira Franco é sócio da Trevisan Outsourcing e professor da Trevisan Escola de Negócios. ([email protected])

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