Estudo aponta o nível de contentamento com o novo modelo de trabalho, as mudanças alimentares, remunerações e finanças
Entre os profissionais que migraram para o teletrabalho ao longo da pandemia, 56% alegam que se adequaram muito bem e melhor do que atuando presencialmente. Desses, 75% se consideram extremamente felizes e 29% já possuíam um espaço de trabalho dedicado para atendê-los nessa nova estrutura. Os dados fazem parte de pesquisa realizada pela Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, fornecendo informações e tendências sobre o futuro do trabalho, abordando diversas áreas afetadas pelas mudanças ocorridas após o início da crise sanitária mundial.
O estudo, realizado com mais de 2,7 mil colaboradores de todo Brasil, em dezembro de 2021, avaliou as adaptações e percepções quanto ao home office, as mudanças dos hábitos alimentares e a segurança financeira dos colaboradores durante a pandemia. A maior parte dos respondentes da pesquisa realizada (66%) afirmou que permaneceu frequentando o local de trabalho presencialmente durante a pandemia, enquanto 33% aderiram totalmente o modelo remoto ou o modelo híbrido.
Entre os prós e contras identificados no trabalho remoto, destacam-se os seguintes pontos positivos: utilizar o tempo de deslocamento até o escritório para outras atividades (50%); ter mais tempo para estar com a família (44%); e conciliar atividades do emprego e de casa (40%). Por outro lado, as pessoas sentem falta de estar com os colegas de trabalho (38%) e mencionam o fato de não ter uma estrutura adequada de trabalho em casa (23%). No mais, 41% dos respondentes acreditam que o home office contribui positivamente para aumento de produtividade e foco.
Renda e emprego
A pesquisa permite ainda relacionar o formato de trabalho com a renda. Considerando quem recebe uma renda mensal de até R$ 3.135,00, 57,5% têm preferência pelo trabalho presencial, enquanto os maiores percentuais daqueles que têm preferência por trabalho 100% remoto estão entre quem ganha acima de R$ 5 mil.
Porém, o trabalho remoto ainda não é uma prioridade levada em conta em propostas de emprego, de acordo com a maioria dos respondentes (53%). Já 32% afirmam ser um critério importante, mas não decisivo e 14% alegam que esse é um fator essencial para a decisão.
Hábitos alimentares
Levando em consideração as mudanças de hábitos alimentares durante a pandemia, para quase metade dos participantes (46%) não houve nenhuma alteração. Dentre as pessoas que continuaram indo presencialmente até o local de trabalho, 56% não tiveram alteração nos hábitos alimentares. Já 39% passaram a comer mais comida feita em casa, sendo que dentre estas pessoas, 68% trabalharam de casa durante todo esse período.
Enquanto 14% dos respondentes destacaram que começaram a pedir mais refeições prontas em aplicativos de delivery para retirar. O estudo mostra também que nesse período, 27% afirmaram que buscaram por comidas mais saudáveis e orgânicas, enquanto 15% acabaram consumindo alimentos mais calóricos, como hambúrguer, pizzas e doces.
Segurança financeira
Considerando uma escala na qual o respondente precisava selecionar o nível de segurança que mais se identificava naquele momento, em geral, apenas 17% dos respondentes se sentem muito seguros financeiramente. Levando em conta esse grupo, 20% é composto por pessoas que foram promovidas na mesma empresa em que já trabalhavam, bem como 87% delas se sentem totalmente ou relativamente seguras ao afirmarem ser bem improvável perder o emprego ou a fonte de renda momentânea.
Vale ressaltar que 53% das pessoas que se sentem muito seguras financeiramente, se pudessem escolher, optaram por trabalhar em um modelo 100% presencialmente. Importante também mencionar que 30% das pessoas que se sentem muito seguras financeiramente não têm filhos.
Os grupos que se consideram seguros financeiramente são aqueles nas faixas de renda acima de R$ 5 mil. Ao se estratificar por renda, percebe-se a faixa de renda entre R$ 10.451,00 até R$ 15.675,00, em que este percentual é 32%. Já na visão por idade, destaca-se o grupo de 35 a 39 anos, com 19,4% que se sentem muito seguros financeiramente.
Ao avaliar os 33% que não se sentem seguros financeiramente, o estudo identificou que 63% destes não tiveram nenhuma movimentação no cargo ou salário, além de 21% se sentirem muito ou relativamente inseguros com a possibilidade de perder o emprego/fonte de renda. Na visão por renda, 63% deles recebem até R$ 1.045,00. Por idade, destaca-se a faixa de até 19 anos, com 50%.
Já em relação ao modelo de trabalho, 58% das pessoas que trabalham em casa (totalmente ou parcialmente) se sentem seguras financeiramente. Esse percentual cai para 50% entre aqueles que continuaram indo presencialmente e para 41% para quem já trabalhava de maneira remota antes da pandemia.