Para a Associação Brasileira de Telesserviços, cumprir cota é primeiro passo e ainda grande desafio
Conhecido por ser um setor naturalmente inclusivo, que emprega cerca de 1,4 milhão de pessoas, incluindo jovens em seu primeiro emprego, negros, mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+, o telesserviço quer aumentar o volume de contratação e retenção de pessoas com deficiências, um dos grandes desafios da atividade, segundo a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT). De acordo com dados recentes da entidade, as empresas do setor cumprem, em média, de 20 a 50% da cota da PCD, dependendo da localização, da disponibilidade de profissionais e do tamanho e realidade de cada organização como um todo. Contra este cenário, o segmento quer unir forças para conseguir cumprir a cota nos próximos anos e, a partir daí, ir aumentando, gradativamente, a inclusão de colaboradores com estes perfis.
“Não é apenas uma questão de cumprir cota. Mas este é um primeiro passo importante para que possamos avançar e consolidar nosso valor de inclusão. Os desafios ainda são muitos para impulsionarmos as contratações, fato que não é exclusividade do nosso setor. Os empregadores em potencial dessa população sofrem com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que oferece um salário mínimo a idosos e PCDs e com a distribuição nada uniforme desses profissionais nas várias regiões em que atuamos.”, explicou John Anthony von Christian, diretor-executivo da ABT.
Para reverter a baixa representatividade, as empresas da atividade têm apostado na promoção de programas internos para desenvolver estas pessoas. John destaca que já é possível observar uma evolução neste cenário nos últimos tempos, com a presença, por exemplo, de líderes autistas. “Queremos sinalizar para todos, com transtornos físicos ou mentais, que são bem-vindos no call center. Há espaço para crescer estes números e capacitar estes profissionais”.
Outra questão que a Associação chama atenção é para a dificuldade de acesso dos PCDs cadastrados em cada região pelo SINE. A entidade pondera que nem todas as regiões têm um número de pessoas PCDs disponíveis para serem contratadas – o volume é aquém da demanda, o que acarreta problemas às empresas pelo não cumprimento da cota.