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Viva a mulher empreendedora brasileira!



Autor: André Raduan

 

Uma pesquisa realizada recentemente pelo prestigiado instituto de pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) confirmou uma realidade vivida há anos por nosso país. As mulheres brasileiras estão em quarto lugar no ranking mundial de empreendedorismo, à frente de emergentes como Chile e de potências como Estados Unidos e França. Então, o espírito empreendedor se manifesta na mulher brasileira diferente do homem? Será que usa atributos essencialmente femininos (como sensibilidade e intuição) na hora de se lançar em um novo negócio ou mesmo implantar um projeto na empresa que trabalha? Isso faz dela uma empreendedora nem melhor, nem pior, mas diferente de seu colega homem? Como isso afeta a gestão do negócio em si? E de que forma isso interfere em uma maior inserção da mulher empreendedora no mercado de trabalho?


Segundo a pesquisa, o que leva a brasileira a empreender é principalmente a necessidade. Mais da metade das entrevistadas (58%) partiu para o próprio negócio para ajudar nas despesas da casa. Ou seja, são milhões de brasileiras que, além de executar as tarefas de casa iniciam um negócio próprio, muitas vezes depois de cumprir oito horas de trabalho regular. Por que, então, depois de tanto fazer, as mulheres ainda têm ânimo para fazer decolar seu próprio negócio?


Para muitos é o sonho. O palestrante César Souza afirma que o sonho é “a primeira etapa do planejamento estratégico das empresas, carreiras e até mesmo dos países”. Souza afirma que existem algumas características do universo feminino que, de forma preconceituosa, eram consideradas fraquezas, como impulso para acomodar situações, sensibilidade para a necessidade dos outros, preocupações comunitárias etc; mas acabaram virando vantagens no mundo corporativo atual. “Se os homens foram os heróis da Era Industrial, as mulheres têm um grande papel a desempenhar na Era dos Serviços, que precisa das habilidades de relacionamento com clientes e com comunidades, característica feminina por excelência”, analisa.


Outros apostam que é visão de futuro. O pesquisador americano Warren Farrell estuda empreendedorismo há anos. Para ele não há dúvidas: as mulheres querem ter uma vida equilibrada, o que as torna menos competitivas. “Mas, quando decidem ir atrás de sucesso e dinheiro com engajamento, elas deixam os homens para trás”. Segundo Farrell, “mulheres geralmente querem ter um negócio que faça parte de sua vida particular, mas que também permita que elas tenham tempo para a ginástica, para os filhos, para si mesmas. Isso tem um preço”. Mas ele é categórico: a mulher que tem como prioridade na vida fazer sua empresa crescer provavelmente terá sucesso igual a um homem nas mesmas condições ― ou maior. Para Farrell, uma mulher ambiciosa, que tem ou quer ter uma empresa e cuja prioridade é trabalhar para sustentar a família, deve saber uma coisa importante: se ela realmente quer isso para sua vida, provavelmente terá desempenho superior ao do marido.


Pois bem, a soma de tudo conduz a uma certeza: o mundo do empreendedorismo não existe hoje sem a efetiva participação feminina. De acordo com a revista britânica “The Economist”, na última década o trabalho das mulheres contribuiu mais para o crescimento da economia mundial e ao combate à pobreza do que a impressionante taxa de crescimento do produto interno bruto da China.


Acredito em tudo isso, mas adiciono outro motivo para o sucesso da brasileira no empreendedorismo: perseverança. Quando decidem fazer as mesmas coisas que os homens fazem, elas quase sempre se saem melhor. Estudos mostram que mulheres que não casaram e não tiveram filhos ganham 17% mais do que homens na mesma condição. Essa descoberta derruba completamente o mito de que as mulheres seriam discriminadas no campo profissional apenas por ter nascido mulheres.


Percebam que pessoas envolvidas em qualquer atividade empreendedora, em qualquer estágio do seu negócio, tendem a ser mais confiantes em suas próprias habilidades. Provavelmente conhecem outros empreendedores, e estão mais alertas para a possibilidade de oportunidades ainda não exploradas.


Como conclusão, seja para começar um micro-negócio no Brasil, liderar uma empresa multimilionária nos Estados Unidos ou incrementar uma competitiva empresa de alta tecnologia na Coréia do Sul, as mulheres empreendedoras estão se tornando um crescente e importante componente da economia mundial, do aumento de produtividade desta e do esforço global contra a pobreza.


André Raduan é diretor-geral da Amway do Brasil.

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