Depois de cinco anos de Brasil, a holding Teleperformance começa a estruturar a filial brasileira para dar um novo salto no mercado. O principal objetivo é espelhar no mercado local todo a expertise que a transformou em um dos cinco maiores grupos internacional. “Estamos passando por uma mega padronização global que, ao contrário do que é tradicional, vai além da troca de experiência operacional. Ela envolve um ponto crucial, impactando diretamente na competitividade. Trata-se da padronização da estrutura financeira internacional”, explica o diretor Martin Gutierrez, que está na companhia desde sua chegada ao Brasil, em junho de 1998.
Para atender a estratégia de aumentar sua competitividade e dar mais autonomia e visibilidade a todas as áreas envolvidas nos projetos – seja tecnologia, infra-estrutura, recursos humanos, comercial e marketing -, sua área financeira acabou dividida em duas frentes. O responsável direto pela saúde financeira da filial é o executivo Ricardo Franco, que assumiu a missão de disseminar na operação local a filosofia de transformar a área em “uma poderosa ferramenta de informações”, como ele próprio define. Essa mudança, que já vinha sendo desenhada, passou pelo teste, em tempo recorde (menos de 30 dias), de disseminar entre as áreas a responsabilidade de identificar necessidades e traçar seus objetivos financeiros.
“No fundo estamos quebrando o grande paradigma do financeiro ser impositivo no desenho e no corte de recursos. Estamos democratizando a informação e a responsabilidade. O resultado, como temos visto, é muito maior comprometimento”, esclarece Ricardo. “O profissional de cada área sabe o que pode e o que é imprescindível.” Ele reafirma que o orçamento é o primeiro grande passo na transformação da área como provedor de informações e serviços para os clientes internos e externos, com um alinhamento com todas as áreas da empresa em busca de objetivos comuns. “A meta de crescimento passa pela racionalização de custos e rentabilidade. Queremos ter às mãos uma empresa sadia com poder para investir e ter crescimento sustentável”, pondera.
A missão de garantir o crescimento sustentável e estável à companhia está nas mãos do executivo Martin Guttierez. Ele se transformou no pilar de uma série de decisões que podem começar na área comercial, com parâmetros financeiros que variam entre a competitividade da proposta e a manutenção da rentabilidade da operação. Fechado um contrato novo, ele identifica todas as necessidades de investimentos para viabilizar a operação, dentro do prazo estabelecido, com as variáveis às vezes inimagináveis. Local físico, infra-estrutura tecnológica e capacitação de pessoal, por exemplo. Sem perder de vista itens como rentabilidade do negócio e a remuneração aos investidores.
A competitividade conquistada, que é seu grande objetivo, Martin divide entre a experiência com a globalização das informações da área financeira e a conquista da credibilidade local, junto às instituições financeiras. “Hoje, conseguimos colocar uma operação rapidamente no ar e ‘financiar’ o cliente, apoiados apenas em recursos locais, num prazo de até 45 dias, mantendo o essencial: custos altamente competitivos e rentáveis”, reconhece. O segredo, de acordo com Martin, foram os investimentos que a holding já fez no Brasil – mais de 1,5 milhões de euros -, a absorção societária, eficiência operacional, uma carteira sólida de clientes e perspectivas de negócios de longo prazo. “Estruturada essa base, transmitimos credibilidade às instituições, aos clientes e aos acionistas, pavimentando os objetivos de crescimento, num mercado que, além de tudo, é altamente mutável”, reconhece Martin.