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A ponte para o mundo digital

Autor: Paulo Frossard
Uma das maiores tendências na área de pagamentos são os pagamentos por aproximação. Em alguns países, como Austrália, Canadá e Polônia, o hábito de aproximar o cartão de um terminal e pagar pela compra já se transformou em algo tão corriqueiro quanto comprar um cafezinho. Globalmente, uma de cada cinco transações feitas de forma presencial é realizada agora sem contato, e se calcula que, até 2022, o mercado de pagamentos sem contato terá um crescimento anual de 24%.
Na América Latina, o ritmo de adoção dos pagamentos por aproximação ainda está longe de ser o ideal e o dinheiro em espécie prevalece, sendo responsável por cerca de 85% das transações de pagamento na região. Isso acarreta em altos custos para a sociedade, segundo dados do Banco Central, apenas em 2017, R$800 milhões de reais foram gastos na administração do dinheiro (aquisição, acondicionamento e guarda, distribuição, seleção, destruição e outros), enquanto notas falsas representaram um rombo de $36 milhões no mesmo ano. 
É interessante notar que os mesmos consumidores que usam dinheiro em suas compras cotidianas estão adotando o comércio on-line de forma crescente. De fato, as compras on-line crescem em um ritmo 2,5 mais rápido do que as compras em estabelecimentos físicos na América Latina, um indicativo de que os consumidores estão em busca da conveniência de fazer compras com alguns cliques sem sair de casa. 
Mas quando o dinheiro ainda é a forma dominante de pagamento, fica difícil falar sobre uma boa experiência de compra pela internet. De acordo com um estudo publicado pela consultoria Statista, 35% dos consumidores que compram na internet na América Latina pagam por suas compras em dinheiro no momento da entrega da mercadoria.  No Brasil, o maior mercado da região, “boletos bancários” são responsáveis por 3.7 bilhões de transações por ano ou 25% de todas as transações de pagamento em compras online.  
É aí que entram os pagamentos por aproximação. Existe uma correlação direta entre o uso dessa tecnologia, e a redução do uso de dinheiro em espécie, pois, quando o consumidor se acostuma com a facilidade e a conveniência de pagar por suas compras apenas aproximando o cartão do terminal, a substituição de dinheiro por pagamentos eletrônicos é uma consequência natural. 
No Brasil, mais de 4500 cidades já estão aptas a realizar pagamentos por aproximação e, segundo dados da Mastercard, cerca de 1,3 milhões de transações desse tipo são realizadas por mês. Ao compararmos as transações das capitais Nordestinas, por exemplo, houve um crescimento de 471% no número de pagamentos por aproximação no comparativo entre o primeiro e o segundo semestre de 2018. Destaque para Fortaleza que teve mais de 40.000 transações realizadas por carteiras digitais no segundo semestre de 2018, isso representa um crescimento de 553% das transações dessa modalidade na capital cearense durante o período e demonstra o quão disposto esse consumidor está disposto a adotar novas tecnologias de pagamento. 
Sem dúvidas, que a evolução digital abre enormes desafios e oportunidades. Com o desenvolvimento de novas tecnologias que garantem a segurança e integridade dos pagamentos on-line como a tokenização e o uso de biometria para autenticação de pagamentos, a linha que separa os pagamentos físicos dos pagamentos digitais se tornará cada vez mais tênue. E, um consumidor habituado a usar seu cartão de pagamento por aproximação para as compras em comércios tradicionais não terá grandes problemas em fazer essa transição para o mundo virtual, afinal, seja por meio do celular, tablet ou acessórios (wearables), ele deseja uma experiência de pagamento cada vez mais rápida, mais segura e sem atrito.
Paulo Frossard é vice-presidente de Desenvolvimento de Mercado da Mastercard para Brasil e Cone Sul.

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