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Caminho seguro para expansão do crédito

Autor: Juan Quirós
 
Ao entrar para a história como a primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff, dentre outros, abordou um tema essencial para a economia brasileira: as políticas públicas voltadas ao enfrentamento das dificuldades mundiais, com destaque para a inclusão econômica e a ascensão de famílias pobres à classe C, que abrangeram mais de 50 milhões de brasileiros desde 2003. Os números têm impacto positivo num cenário internacional novamente marcado por dificuldades das economias dos Estados Unidos e Europa. 
Um dos pilares de sustentação da boa performance brasileira numa conjuntura adversa tem sido a ampliação das linhas de crédito. Paulatinamente, o País vai equacionando um dos fundamentos mais fracos de sua economia, que é a relação crédito-PIB, na qual sempre ficou muito aquém de nações como Estados Unidos e Japão. Nestes, os números, tradicionalmente, sempre se aproximaram de 180%, chegando a 160% na Europa.  Enquanto a crise fiscal no Hemisfério Norte pode determinar uma queda nesses índices, aqui eles vêm crescendo. Ao cabo do primeiro semestre de 2008, nossa relação crédito-PIB era de 37%. Em junho de 2010, alcançou 44,6% e em junho de 2011, 47,2%.
Os dados relativos a 2011 mostram que as operações contratadas com recursos livres totalizaram R$ 1,20 trilhão, correspondentes a 65,3% do estoque total de crédito do sistema financeiro, com elevação de 17,9% nos 12 meses encerrados em junho. No mesmo período, as operações com recursos direcionados, que contemplam as linhas de crédito específicas,  evoluíram 24,1%, atingindo R$ 0,64 trilhão, elevando sua participação no total de para 34,7%, ante 33,5% em junho de 2010. Em relação ao volume total, as operações de crédito para pessoas jurídicas representaram 53,6% e pessoas físicas, 46,4%, ambas com crescimento e 17,5% em 12 meses.
Essa evolução, contudo, não deve causar a falsa impressão de que o crédito é um problema resolvido. Ainda estamos distantes do ideal. Os principais obstáculos continuam sendo as altas taxas de juros e a excessiva burocracia. Por isso, seria importante ampliar as linhas de crédito específicas, elegendo segmentos com potencial de crescimento, para financiamentos com juros menores e acesso facilitado.
           
Esse poderia ser um caminho mais seguro para que a relação crédito-PIB no Brasil se aproximasse do patamar do primeiro mundo, o que contribuiria para a sustentabilidade do crescimento econômico e inclusão social ainda mais expressiva. Se a presidente Dilma continuar adotando as posturas que vêm mantendo neste primeiro ano de seu governo, com certeza abrirá seu discurso na próxima Assembleia Geral da ONU com duas ótimas notícias do Brasil para o mundo: vencemos a burocracia e os juros proibitivos para quem quer empreender.

*Juan Quirós é presidente do Grupo Advento e vice da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

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