Estudo oferece um roteiro para que marcas de luxo prosperem em um mercado em rápida evolução
A Backslash, unidade de inteligência cultural da TBWA, a 180 Luxe, parte da boutique criativa 180 Global, e a TBWA\Cult, nova divisão de marcas de luxo da TBWA\Itália, apresentam ao mercado o relatório “Future of Luxury”. A pesquisa, realizada em 29 países, incluindo o Brasil, aponta novas perspectivas e como o setor de luxo pode permanecer relevante até 2030 num universo repleto de dinâmicas de mercado, que sempre estão em constante mudança.
O relatório colaborativo possui entrevistas exclusivas com os principais líderes globais do setor de luxo, como Antonio Casu, Paul Mouginot, Valentine Petry e Tom Marchant, que abordam as mudanças no segmento e fomentam provocações contundentes de como as marcas devem se inspirar para a construção do futuro do luxo que atenda aos desejos de hoje enquanto aborda os desafios de amanhã.
Para Skyler Hubler, estrategista cultural sênior da Backslash, o documento desafia os antigos manuais do luxo, e fomenta as oportunidades-chave para a disrupção, explorando a complexa interação entre tecnologia e tradição, herança e novidade, ética e indulgência. “Na Backslash, acreditamos que a cultura dita pelo que as pessoas estarão dispostas a pagar um prêmio no futuro. Ao examinar o setor de luxo através do prisma das mudanças culturais, podemos entender melhor o que as pessoas consideram verdadeiramente excepcional e, portanto, digno do maior valor agregado”.
Dividido em três capítulos, as mudanças-chave que a análise global identificou são as seguintes:
Capítulo 1: Artesanato Contemporâneo
Analisa como a tecnologia pode elevar, em vez de substituir, o artesanato tradicional, por meio de rastreabilidade e inovação aberta. Antecipamos um futuro em que os clientes poderão acessar online um histórico visual e com registro de tempo sobre como o produto foi feito.
Capítulo 2: Máquinas de Fantasia
Examina como narrativas imersivas e não convencionais podem despertar o desejo de novos públicos. Seja digitalizando seus arquivos ou utilizando IA generativa para criar jornadas online sob medida, espera-se que as marcas de luxo ofereçam uma dose muito necessária de escapismo digital.
Capítulo 3: Luxo Sem Limites
Destaca como os luxos do futuro serão definidos pela busca de atingir o inatingível, desde a imortalidade até viagens ultra exclusivas. O relatório também oferece diretrizes éticas para marcas que exploram essas novas fronteiras empolgantes, embora controversas.
Segundo Laurent François, sócio-gerente da 180 Luxe, o relatório chega ao mercado como uma forma de marcar um ponto de virada para a indústria do luxo, ilustrando como o artesanato é central para aumentar o valor percebido das marcas no segmento. “Ao mesmo tempo, as comunidades de mídias sociais estão se tornando os novos guardiões da autenticidade. Essas plataformas não apenas amplificam as histórias dos artesãos, mas também transformam o artesanato em momentos culturais compartilhados”.
Na visão de Camila M. Costa, CEO e sócia da iD\TBWA, agência especializada em tendências culturais e que faz parte da rede TBWA, os próximos capítulos do mercado de luxo no Brasil e América Latina serão moldados pela combinação de tecnologia, inovação e reputação criativa, direcionadas pelo desejo humano de obter experiências transformadoras. “Os insights do estudo mostram que o futuro do luxo não será apenas sobre produtos, mas sobre personalização, histórias, experiências e significados que ressoem com os valores e aspirações do consumidor contemporâneo”.
O Future of Luxury é divulgado em um momento apontado como crucial para o mercado global de bens pessoais de luxo, que vêm enfrentando a primeira desaceleração desde a Grande Depressão. “Em um mundo onde algoritmos estão achatando a cultura, este relatório destaca a importância de as marcas de luxo reconstruírem o capital cultural para permanecerem relevantes. Veremos como construir sobre o significado da marca, seus valores, herança, artesanato e uma boa dose de abertura à inovação são as chaves para se manter no topo do jogo”, analisa Michael Arpini, CSO Cult & TBWA\Italy.