E-shoppers já fazem 16 compras por ano, e 63% da população conectada já compra pela internet
O número de e-shoppers brasileiros já alcança 63% da população conectada à internet e sua quantidade de compras mais do que dobrou no período, segundo aponta a pesquisa E-Shopper Barômetro 2021, realizada junto a um grupo de 1.566 compradores digitais brasileiros, pelo DPDgroup, empresa europeia de entregas e controladora da Jadlog, organização especializada em transportes de cargas fracionadas no país.
Segundo a pesquisa, que avaliou o desempenho dos e-shoppers nos dois últimos anos, a participação da população on-line dos brasileiros nas compras de e-commerce cresceu de 56%¨em 2019, para 63% em 2021, sendo que os millennials são metade desses consumidores. O e-commerce foi impulsionado pela pandemia, abrindo espaço para segmentos que tinham menor expressão no e-commerce e que ganharam participação, como alimentos frescos, mercearia, beleza e saúde, remédios e acessórios.
Embora o e-commerce brasileiro represente 8,7% do total das vendas do varejo, os dados levantados pelo DPDGroup e Jadlog mostram que o número de aquisições anuais feitas por e-shopper cresceu vertiginosamente, alcançando 16 compras ao ano, nos dois últimos anos, ou seja, 128% acima de 2019. Na categoria dos consumidores que fazem compras recorrentes, chamados também de e-shoppers adictos, o número de compras alcança até 78 ao ano, sendo que, neste grupo, a presença das mulheres predomina — elas são 70% dos e-shoppers recorrentes.
Principais tendências
Com o forte crescimento do comércio eletrônico no Brasil, o número de novos e-shoppers também cresceu. Nos dois últimos anos, o número de consumidores que passaram a comprar pela primeira vez na internet se ampliou em 17% (12% em 2020, e 5% em 2021). Entre as tendências apontadas, destaca-se a ênfase na eficiência logística, com a oferta de novas opções de entrega; a preocupação ambiental, com 74% apontando a necessidade de que marcas e empresas sejam ambientalmente responsáveis; e também o crescimento das vendas pelos smartphones, e definição de compras baseada em redes sociais, além da compra crescente em sites chineses e americanos.
“Conforme pudemos constatar, os consumidores estão cada vez mais atuantes no e-commerce e, ao mesmo tempo, mais exigentes em relação à toda experiência de compra, seja no âmbito de alternativas de entregas quanto nos requisitos de sustentabilidade. Por isso, é fundamental os players deste mercado desenvolverem cada vez mais serviços e soluções que tragam opções, conveniência, facilidade e interação com os e-shoppers, bem como ganhos em sustentabilidade para toda a cadeia”, observou Bruno Tortorello, CEO da Jadlog.
Produtos mais comprados
Desde janeiro de 2021, os três principais tipos de bens comercializados pela internet no País foram os produtos de saúde e beleza, – em comparação a 34% no ano anterior -; itens de Moda, que integraram a cesta de compras de 38% cos consumidores, em comparação a 34% anteriormente, e calçados, comprados por 35% dos entrevistados.
Contudo, as categorias que mais cresceram desde 2019 foram comida fresca e bebidas, incluídas na cesta de compras de 26% dos entrevistados, comparativamente a 9% em 2019; mercado e mercearia, item que saltou de 7% para 17%; medicamentos e produtos de saúde, comprados agora por 25% dos consumidores online, em comparação a anteriores 19%; acessórios e bijuterias, adquiridos por 15% dos e-shoppers, versus 9% anteriormente, e produtos relacionado ao lazer, que integram a cesta de compras de 12% dos entrevistados, em comparação a 7% anteriormente. Em contrapartida, as compras dos livros caíram de 31% para 26% na cesta dos consumidores; enquanto CDs, DVDs e vídeo game recuaram de 8% para 6%.
Outro ponto confirmado pela pesquisa é que, para o e-shopper brasileiro, o e-commerce é uma forma de economizar tempo (para 83% dos entrevistados) e dinheiro (para 69%), e também é um canal de compras menos estressante do que ir às lojas físicas (segundo 68% dos entrevistados).
Preferências nas entregas
O delivery em casa continua sendo a modalidade de entrega mais pedida, com 86% da preferência, seguida pelo local de trabalho, com 12%. As retiradas de mercadoria fora de casa, por sua vez, vêm sendo mais solicitadas e tiveram um incremento significativo nos últimos anos, de modo que os pontos de correio como os PUDOs, Pick up Drop off, tiveram 11% de preferência, em comparação a apenas 5% em 2019, enquanto a retirada na própria loja do varejista representou 10% das escolhas, em comparação a 6% na pesquisa anterior. Na avaliação dos entrevistados,78% consideraram que a entrega da sua última compra foi positiva ou fácil. “A Jadlog é pioneira no Brasil em implementar os PUDOs, mais conhecidos como pontos Pickup, e os números coletados do levantamento comprovam a previsão de que as soluções fora de casa (Out of Home, em inglês) deverão responder por cerca de 20% das entregas totais do e-commerce brasileiro em quatro ou cinco anos”, explicou Tortorello.
Ainda em relação às preferências do e-shopper brasileiro nas entregas, as notificações avançadas subiram no ranking, e a mais mencionada foi o rastreamento em tempo real, seguido por notificações avançadas (dentro de uma janela de uma hora), geolocalização, oferta de várias opções de entregas, entrega no mesmo dia, entrega no dia seguinte e, por fim, possibilidade de remarcar a data para recebimento do produto.
Perfis dos e-shoppers brasileiros
A pesquisa E-Shopper Barômetro 2021 identificou aumento de consumidores que compram pelo smartphone, atualmente são 86%, ante 77% há dois anos, e de consumidores inscritos em programas de fidelidade de algum varejista online, que agora representam 16% dos entrevistados, em comparação a 7% anteriormente.
A escolha dos sites de varejo é baseada em influenciadores e redes sociais, segundo 74% dos entrevistados. Já cerca de 5% dos e-shoppers brasileiros afirmaram que devolveram a última compra, e metade deles disseram que o processo de reversa foi fácil. No geral, 82% dos e-shoppers publicaram ou compartilharam feedback após a compra.
No que diz respeito às compras internacionais, 57% responderam que já as realizaram, especialmente no varejo online da China e dos Estados Unidos. E 80% dos e-shoppers afirmaram que sua última compra online foi feita com facilidade. A pesquisa identificou dois principais tipos de perfis de consumidores brasileiros, os consumidores recorrentes – ou addict e-buyer -, que representam 15% do total, e os millenials, que são 54% dos compradores, em comparação a 47% em 2019.
Os compradores recorrentes são responsáveis por 51% de todas as compras do varejo on-line. Receberam, em média, 6,5 encomendas no último mês, 2,3 a mais do que no levantamento passado, e 52% deles começaram a comprar nos últimos cinco anos. Compram produtos de todos os tipos de categoria, mais do que a média brasileira. A cesta evoluiu com a maior frequência de alimentos frescos, mercearia de supermercado, beleza e saúde, e menos livros.
Esta categoria de e-shopper é composta por 70% do sexo feminino, em comparação a 63% no levantamento anterior, e 93% vivem em áreas urbanas das cidades, com uma média de idade de 36,8 anos. Possuem conhecimento de tecnologia, são conectados, buscam promoções e são apaixonados pelas compras pela internet.
Os millenials representam hoje mais da metade do total de e-shoppers brasileiros. E estão comprando mais: já respondem por 58% de todas as compras on-line, em comparação a 45% em 2019. Adquirem uma gama maior de produtos e recebem entre 3 e 4 encomendas por mês, 1,2 encomendas a mais do que em 2019.Assim como os recorrentes, estão comprando produtos de beleza e saúde, remédios, produtos de mercado e, acima de tudo, alimentos e bebidas frescas. São 63% do sexo feminino, com idade média de 27,8 anos, e 87% deles vivem em áreas urbanas.