Sustentadas pelo crédito, as vendas do comércio varejista da Região Metropolitana de São Paulo cresceram 4,7%, em comparação a igual mês do ano passado, elevando a taxa acumulada em 2006 para 3,5%. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).
O resultado positivo decorre do bom desempenho verificado nos grupos de vestuário, material de construção e farmácias. Porém, quedas nos segmentos de supermercados e autopeças impediram um crescimento mais expressivo do índice mensal.
De acordo com o presidente da entidade, Abram Szajman, o crédito e a recuperação da renda do trabalhador colaboraram, positivamente, para a expansão das vendas. Em agosto, as concessões de financiamentos para pessoas físicas atingiram R$ 43 bilhões, acumulando cerca de R$ 328 bilhões no ano. Por outro lado, o endividamento, pressionado pelas altas taxas de juros às pessoas físicas, atuou como freio à meta de se alcançar um ciclo expressivo de vendas no varejo.
Dados do Banco Central mostram que o juro nominal médio mensal acumulado até agosto deste ano foi de 3,83%, enquanto o IPCA do período fechou em 3,84%. Para Abram Szajman, como os consumidores costumam optar por financiamentos de 12 meses, a quitação dos débitos acompanha a seguinte lógica: “no primeiro mês, eles pagam a inflação do ano. No segundo, liquidam o custo real do empréstimo que contraíram e, nos outros dez meses, colaboram para garantir o lucro dos bancos e os impostos do governo”.