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Crescendo com mudanças



Autor: Roberto Schahin

 

A idéia mais freqüente, quando o assunto é hospital butique, remete a um serviço de saúde voltado somente para as classes sociais mais abastadas, com foco em cirurgias de grandes proporções, mas que ainda assim consegue reduzir o tempo de ocupação dos leitos consideravelmente.

 

Nos Estados Unidos, onde o conceito está mais enraizado, são muitos os hospitais que tentam se preparar para atender a essa demanda crescente. Mas, nem lá é tão simples. Os serviços de saúde com pelo menos 300 leitos apresentam uma média de 90% de ocupação. A maioria não tem condições de ampliar o número de leitos nem de aumentar o volume de atendimentos.

 

Porém, cada problema carrega em si um embrião de oportunidade. Afinal, há sempre pessoas dispostas a pagar mais por um serviço de alta qualidade. Esta é a hora em que hospitais têm chances reais de atingir um público diferenciado investindo em serviços de ‘butique’, que integram acesso facilitado, alta qualidade no atendimento, e itens de conforto ambiental durante os dias de internação.

 

Obviamente, o conceito de hospital butique desperta um questionamento filosófico: será justo promover tais vantagens para aqueles que podem pagar por um serviço diferenciado em detrimento daqueles que patinam para manter um seguro-saúde em dia? Mas, e se os recursos provenientes do atendimento aos VIPs ‘financiar’, ou seja, subsidiar o atendimento da massa?

 

Uma coisa é reconhecer uma oportunidade de mercado. Outra, bem diferente, é adequá-la ao tamanho das condições reais de atendimento. Hospitais que oferecem serviços de ‘butique’ ainda têm de enfrentar grandes desafios, como investir em fontes e estratégias de comunicação para ampliar o debate sobre o tema.

 

No Brasil, a realidade é um tanto diferente. O volume de pessoas com planos de saúde – ainda que sejam do tipo básico e restrito – é grande a partir das classes C e D em  diante. Isso tem exigido esforços arquitetônicos, mais do que em relação à mão-de-obra qualificada. Ou seja, há andares inteiros projetados na linha dos hotéis-butique de Nova Iorque, consagrados por aqueles que preferem uma alternativa requintada às grandes redes hoteleiras. Ainda assim, é mantida a qualidade de atendimento aos pacientes com planos de saúde.

 

Hospitais brasileiros que seguem a linha ‘butique’ contam com apartamentos equipados com cofres digitais e mobiliário de alto padrão. Suítes que integram copa, lavabo, cafeteira e home theater individual para acompanhantes. As alas VIPs contam com conforto térmico em cada apartamento, persianas automáticas à prova de som, iluminação regulável e luzes indiretas antiestressantes. Os banheiros são amplos, com acabamentos antiaderentes que facilitam a limpeza – sempre impecável.

 

Acessórios high-tec também contribuem com a saúde do paciente. Saboneteiras, lixeiras e suportes de papel higiênico confeccionados com material inteligente contribuem para reduzir o risco de infecções, já que os acessórios contêm sensores que dispensam o contato físico. Tudo isso e mais um pouco: os cardápios lembram os de um bistrô. Tudo para que o paciente se sinta ’em casa’, se recupere rapidamente, e aumente a rotatividade da ocupação do leito.

 

Roberto Schahin é diretor comercial do Hospital Santa Paula.

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