O canal para quem respira cliente.

Pesquisar
Close this search box.
Claudio Pracownik, Bruna Botelho e Fernando Patara

CX e transformação digital entram, finalmente, em campo?

Executivos da StadiumGO!, Win The Game e Arena Hub falam da guinada do segmento esportivo no engajamento de torcedores

Enquanto as empresas mais antenadas de todos os setores não economizam esforços no sentido de transformar clientes em fãs da marca, existe um segmento que se movimenta no sentido inverso. Trata-se do esporte brasileiro, aquele que arrebanha torcedores de clubes, sem que consiga, ainda, torná-los clientes de empresas. O momento é o de transformação desse cenário, principalmente por conta do conhecimento trazido pelas sportstechs, startups que foram impulsionadas por um ambiente dramático, mas propício, criado pela pandemia. Rumando para se posicionar, no Brasil, como um segmento que concorre com todo o espectro do entretenimento, como já acontece há anos nos Estados Unidos e Europa, os clubes esportivos entram na era da transformação digital e da entrega de uma experiência que encante e engaje o consumidor.  Falando do potencial que representa esse mercado, Bruna Botelho, CEO e fundadora da StadiumGO!, Claudio Pracownik, CEO da Win the Game, e Fernando Patara, cofundador e head de inovação da Arena Hub, debateram o tema no Sextou que marcou a 569ª live da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Salientando, na largada, que o movimento das sportstechs, mesmo já acontecendo há alguns anos, se encontra ainda na gênese do que pode alcançar por sua potencialidade, Claudio falou do incentivo que representou a aplicação prática da lei das sociedades anônimas no esporte. Na sua avaliação, é uma legislação que “pegou” porque é cercada de legitimidade, atendendo a uma demanda da sociedade. “Ninguém aguentava mais a forma como era gerido o esporte no país, não só o futebol, principalmente quando comparado aos modelos profissionalizados dos países ao redor do mundo.” Para o CEO da Win the Game, trata-se de perceber a relevância econômica das modalidades esportivas, dentro da indústria do entretenimento, para o crescimento do PIB do país.

O executivo lembrou que, quando era VP do Flamengo, ele já apontava, como grandes concorrentes do clube, não outras agremiações esportivas, mas sim as representantes da indústria do entretenimento, como a Netflix. E descreveu as desvantagens que existiam, em relação aos eventos esportivos, por serem mal elaborados de maneira geral como produto, para concorrer com livros, filmes, séries, shows de música, etc., indicando como solução o crescimento da qualidade de todos os competidores, caso contrário os encontros esportivos ficam desequilibrados e se tornam pouco atrativos. “Para que o bolo todo cresça, são necessários bons artistas, boa regulamentação, calendários eficientes, infraestrutura e tecnologia.”

Aproveitando essa deixa, Fernando se mostrou otimista, considerando ser este o melhor momento de transformação do esporte brasileiro. Ele avalia que, somada ao caráter oportuno das leis das sociedades anônimas no esporte, está justamente a mudança de percepção da proposta de valor no segmento. O executivo comentou ainda que, no caminho para que os torcedores sejam encarados efetivamente como clientes, os dois anos de pandemia funcionaram de forma ambígua. De um lado, provocaram o afastamento dos clubes e seus fãs, impossibilitando a realização de eventos, única fonte de renda e aproximação; mas, de outro, impulsionou avanços em termos de inovação e tecnologia.

Na concepção do cofundador da Arena Hub, esse ponto de inflexão é caracterizado por uma maior abertura dos clubes para novas linhas de receitas e melhorias de processos internos. “O interessante é que, nossa empresa surgiu há dois anos como um pioneiro ecossistema de sportstechs, sendo algo que deveria existir já há muito tempo. Ou seja, um cenário de busca de escalabilidade via desenvolvimento tecnológico. E a pandemia acabou funcionando para se abrirem oportunidades nessa direção, caracterizando nossa empresa, em tão pouco tempo, como o maior hub de inovação do mundo no setor, reunindo quase 200 startups e perto de 100 entidades esportivas. E todos agora concentrados no propósito de criar produtos e serviços melhores. Como fomentadores, nosso papel é conectar e impulsionar os players que compõem o ecossistema, em prol de uma cultura inovadora.” Segundo ele, esse esforço para potencializar o engajamento dos fãs do esporte visa ocupar espaço em um setor que, mundialmente, já movimenta algo em torno de U$ 2 trilhões ao ano.

Depois de, unanimemente, os debatedores afirmarem que o destino do setor é abraçar o conceito de “esportenimento”, foi a vez de Bruna reafirmar o marco representado pelas circunstâncias da pandemia para alavancar uma transformação que surgia como preocupação dos agentes desse mercado. Porém, além do que ela chamou de um mindset engessado de buscar tecnologia proprietária, com mudanças inadequadas a cada nova gestão, não se seguia na construção de experiência transformando torcedores em clientes recorrentes. Só que, com a necessidade de transformação digital a toque de caixa na pandemia, isso tudo mudou. Ela descreveu todo o processo de abertura dos clubes para estabelecer parcerias com empresas insurgentes, cada uma com uma expertise importante para incremento do esporte como entretenimento. No caso da StadiumGo!, contribuindo para educação e democratização financeira, digitalização das atividades, etc., tudo somado para criar engajamento dos torcedores como clientes dos clubes.

Ao longo da live, eles puderam ainda traçar as perspectivas de um setor como o do esporte que, segundo Claudio, representa uma fatia de aproximadamente apenas 1,5% do PIB brasileiro, valores comparáveis aos que países registram tão somente com os negócios de hardware para games, por exemplo. Puderam comparar também as diferenças entre sportstechs com as startups que contribuem com inovação e tecnologia em outros segmentos, além de mergulhar no momento de transformação digital em que se encontra o segmento. Tudo ilustrado com exemplos práticos de muita coragem e resiliência desse novo mundo da inovação para a guinada positiva no mundo esportivo.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 568 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever.  A Série Lives – Entrevista ClienteSA retornará na segunda-feira (26), com a presença de Samuel Alcantara, head de operações e atendimento da Webmotors, que falará da importância do foco na construção da jornada do cliente; na terça, será a vez de André Oswaldo, diretor de Mercado da Enel SP; na quarta, Angelo Curbani, superintende de desenvolvimento de mercados e canais do Sicoob; na quinta, Michel Batista, gerente sênior de negócios da Celltrion Healthcare no Brasil. E, encerrando a semana, o Sextou Híbrido especial trará o tema “CX: O real time como atenção para engajar e encantar”, reunindo Daniel Topper, CEO da Zarpo, Fábio Turuta, diretor de desenvolvimento de negócios da Gertec, Karen Caruso, head de experiência de atendimento do Banco Original, Augusto Mazeto, ouvidor do Banco PAN, e Bruno Borges, CMO da Provu, entre outros a serem confirmados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima