Claudio Pasqualin, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da TransUnion Brasil

Geração Z lidera ranking de expectativa de consumo nos setores da saúde, varejo e investimentos

Estudo Consumer Pulse destaca aumento de consumo no quarto trimestre de 2022 e o otimismo para os primeiros meses deste ano 

A TransUnion, empresa global de informações e insights, divulgou os resultados do estudo Consumer Pulse referentes ao quarto trimestre de 2022. O destaque desta edição foi o crescimento no consumo ao longo de 2022. Além disso, os consumidores se mostraram otimistas para o início de 2023: 71% têm expectativa de aumento de renda nos próximos 12 meses, sendo 80% deles da geração Z (nascidos entre os anos de 1995 e 2004).

O recorte do estudo comparando gerações mostra que essa geração, consistindo de jovens com pouco ou nenhum histórico de crédito, é a que mais deseja ampliar o seu nível de consumo. Dessa forma, tornam-se alvo para ofertas de produtos e serviços de empresas que buscam aumentar a receita alcançando um nicho de consumidores ainda pouco explorado e conhecido, sob ponto de vista de mercado. 

De acordo com a sondagem, a geração Z tem se mostrado ativa também em outros setores e liderado a expectativa de aumento do consumo em áreas como varejo, saúde e investimentos. Neste primeiro trimestre de 2023, 37% desses jovens esperam gastar mais em compras no varejo físico e/ou onl-ine, em comparação com 26% de todas as outras gerações. A comparação e maior interesse da geração Z também se manifestou em outros segmentos: 31% esperam gastar mais com cuidados e serviços médicos (versus 23% do total das outras gerações), e 34% planejam aumentar seus gastos com fundos de aposentadoria e investimentos (versus 24% do total das outras gerações). “Esses dados são relevantes porque demonstram interesse bastante superior de indivíduos pertencentes a uma geração sobre a qual ainda não se têm muita informação de crédito, mas que, graças aos dados alternativos, pode ser melhor compreendida e avaliada em seus interesses de consumo”, explicou Claudio Pasqualin, vice-presidente de soluções da TransUnion Brasil.

Já em relação às necessidades de crédito, o estudo mostra que o cartão de crédito é o produto financeiro mais demandado para 2023 entre as pessoas entrevistadas. Dentre os principais consumidores estão os Millennials (pessoas nascidas entre 1980 e 1994) e a Geração Z, com 60% e 50% respectivamente, e os consumidores com renda mensal acima de R$5 mil reais com 47%. Em segundo lugar estão os empréstimos pessoais: 40% das pessoas entrevistadas planejam solicitar um novo empréstimo pessoal em 2023, sendo que 45% é da Geração X (nascidos entre os anos de 1965 e 1979), e 45% possuem renda mensal de até R$1 mil.

Digitalização e inclusão financeira

A digitalização é uma realidade, mas ainda há uma longa jornada para que os consumidores incorporem por completo em seu dia a dia. No terceiro trimestre, 29% das pessoas entrevistadas relataram que realizavam entre 50% e 75% de suas transações on-line, incluindo serviços bancários, compras e trabalho remoto. No entanto, apenas 5% das pessoas de baixa renda afirmaram fazer o mesmo. Entre as gerações, millennials foram os que mais consumiram via canais digitais, com 34%.

Na concepção de Pasqualin, “a digitalização acelerada nos últimos anos permitiu o acesso a bens e serviços para milhares de pessoas. Entretanto, o acesso a produtos e serviços financeiros, especialmente o crédito, ainda é uma barreira para a população de baixa renda. Um dos principais motivos é a falta de histórico de dados dessa população, fazendo com que as empresas tenham dificuldade de mensurar o risco de crédito desta importante parcela da população. Na TransUnion, trabalhamos para que as empresas possam ter acesso a dados alternativos de uma maior parte da população, e com isso ajudar as empresas a identificar e melhor prover uma parcela maior da população.”

Proteção de identidade 

As ameaças de fraude digital continuam sendo uma das principais preocupações dos consumidores. No estudo, 55% afirmaram apreensão quanto à exposição de suas informações pessoais em vazamento de dados. Como resultado, 85% se dizem preocupadas ao compartilhar dados, sendo que 74% consideram a situação como invasão de privacidade e 68% temem roubo de identidade.

Quando estão se aplicando para ter acesso a um produto ou serviço financeiro, as informações pessoais que consumidores esperam que permaneçam privadas ao solicitar um novo crédito, seguro ou conta digital são, por exemplo, endereço (46%), renda (41%), informações sobre membros da família (40%), entre outros.

“Atualmente, a preocupação com fraude de identidade e mesmo a experiência do consumidor podem causar a perda de um cliente durante a sua jornada de compra. Muitas pessoas abandonam o processo depois de começar o preenchimento de dados, tanto por não se sentirem seguras em compartilhar seus dados pessoais, como pela complexidade e demora em finalizar o cadastro. Por isso, a busca por soluções de dados e ferramentas anti-fraude tem sido uma prioridade das empresas com operações digitais. Algumas das principais abordagens que temos visto na TransUnion é o uso das nossas bases de dados durante o onboarding de clientes, fazendo tanto a validação cadastral como reduzindo os campos preenchidos pelo cliente. Resta às empresas construir uma jornada digital com o foco na experiência do cliente, sem abrir mão do nível de segurança necessário ao risco do negócio”, acrescentou o executivo.

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