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Investir em segurança evita crise de identidade



Autor: Celso Souza


Com muita audácia, o americano Frank William Abagnale Jr., o falsário mais famoso da história dos Estados Unidos, que ganhou vida no cinema ao ser interpretado por Leonardo Di Caprio, conseguiu roubar mais de US$ 2,5 milhões ao usar identidades falsas e burlar sistemas de segurança. A “façanha” aconteceu no fim da década de 60. Mas imagine se Abagnale tivesse acesso, naquela época, às inúmeras facilidades que o mundo digital oferece hoje?


Nos dias atuais, com um simples clique no mouse e acesso à Internet, qualquer colaborador mal-intencionado, que tenha em mãos informações privilegiadas, pode, por exemplo, vendê-las para concorrentes. Basta que ele continue com seu perfil na rede corporativa.


É por isso que o tema Gerenciamento de Identidades ganha cada vez mais espaço no mercado brasileiro. O assunto, considerado uma preocupação até então restrita à área de Tecnologia da Informação (TI) das empresas, chegou às mesas dos CIOs (Chief Information Officer).


Já se tornou uma premissa: para não perder competitividade é essencial estabelecer mecanismos para evitar o roubo de identidade ou o mau uso dela. Os números também confirmam a necessidade desse investimento: o Gartner estima que, em dois anos, os aplicativos de gerenciamento de identidades poderão gerar economia de até 21% em desenvolvimento e segurança – número que deve chegar a 30% em 2008.


Com o cenário atual e a constante inserção de profissionais terceirizados e fornecedores no dia-a-dia das empresas, projetos de gerenciamento de identidades se tornaram altamente relevantes. As companhias não querem correr o risco de ter dados estratégicos acessados por terceiros ou manipulados por hackers.


Tais fatos impactam diretamente na imagem corporativa das organizações junto ao mercado, à concorrência e aos clientes, além de oferecer uma sensação de insegurança para os acionistas, especialmente nas empresas com presença na Bolsa. Aproveitando a demanda atual, fornecedores colocam em prática suas estratégias para conquistar mercado. Diante de tanta oferta, o grande desafio para o CIOs é eleger, entre tantas opções, o prestador que consiga suprir o binômio qualidade e custo.


Outro desafio, independente da solução a ser adotada, é criar uma camada unificada de controle de acesso, de tal forma que possa garantir monitoramento e auditoria dos processos internos. Como as empresas acabam acumulando infinitas aplicações, as várias soluções exigem autenticações próprias. Além disso, o gerenciamento do ciclo de vida corporativo de cada colaborador que integra a rede é outro requisito fundamental para o workflow.


Na prática, é comum entre as organizações permitir que funcionários acumulem diferentes identidades, em função de mudanças de cargo ou setor. A razão para evitar que práticas como essas persistam é óbvia: quanto mais acessos indevidos, maiores são as chances de perda de dados, diminuindo, proporcionalmente, os índices de produtividade.


Diante de negócios que exigem atenção redobrada, as empresas que não tornarem a segurança da informação uma aliada na tomada de decisões, colocando-a em uma posição de apoio à estratégia corporativa, perderão competitividade. Conceitos que até então apareciam apenas como tendências, passaram a fazer parte do orçamento das companhias e do vocabulário dos executivos.


Mais do que soluções técnicas com capacidade de retorno rápido, o amadurecimento do mercado gera impactos no comportamento das empresas, com a adoção de processos mais definidos. Dentro desse contexto, o gerenciamento de identidades desponta como a alternativa mais viável, especialmente para as corporações que demandam elevado nível de segurança, como bancos, seguradoras, empresas de cartão de crédito ou mesmo indústrias automotivas e de equipamentos eletrônicos.


Se esse cenário eleva as preocupações com o usuário, o ideal é investir de forma contínua. De maneira gradativa, o mercado demonstra que já entendeu a percepção do valor agregado baseada na segurança da informação. O resultado é simples: quem investe no presente, ganha no futuro rentabilidade, crescimento sustentável e de bônus evita uma “crise” de identidade.


Celso Souza é presidente da True Access Consulting.

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